INGÁ determina nova coleta de água na região de Caetité para análise

Após serem detectados índices de radioatividade alfa e beta acima do permitido pelo Ministério da Saúde na região de Caetité/Lagoa Real, o Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) vai realizar coleta de amostras de água para análise em todos  pontos utilizados tanto pela população, quanto pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB),  no prazo máximo de oito dias úteis. O objetivo é mapear todas as possibilidades da emissão da radioatividade nas águas que está sendo utilizada pela população e identificar sua origem.

A nova coleta, que foi determinada  nesta terça-feira (01/12), de acordo com o art.19 da lei nº 11.612/09, que faz valer a nova Política Estadual de Recursos Hídricos, vai ser realizada em todos os poços outorgados (autorizados) ou não utilizados pela indústria; e também no entorno do incidente do vazamento de solvente no pátio da INB, ocorrido no dia 18 de outubro; além disso também será feita a análise de todos os pontos  utilizados pelas comunidades da zona rural de Caetité/ Lagoa Real.

            “O objetivo da coleta é de avaliar de forma precisa a qualidade das águas que estão na unidade e no entorno da INB, o que irá servir de base para a análise do pedido de renovação de outorga”,  afirmou o diretor geral do INGÁ, Julio Rocha.

            Os parâmetros que vão ser analisados nas amostras de água coletas são: temperatura, radiação alfa e beta,  urânio e produtos de seus decaimento (chumbo, rádio e tório), além de alumínio, ferro e fósforo. A campanha de coleta de amostras de água na região e as análises vão ser realizadas pelo INGÁ em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade Estadual da Bahia(Ceped/Uneb). 

 Fiscalização  

            A determinação do INGÁ, autarquia da secretaria do Meio Ambiente, e orgão gestor das águas do Estado atende ao princípio da precaução. “Caso seja comprovada a responsabilidade da INB na contaminação das águas as outorgas serão revogadas”, informou Julio Rocha.

            Se for comprovado o nexo causal entre a contaminação das águas e a atividade industrial da INB, a empresa pode ser multada em até um milhão de reais. A previsão é de que os resultados sejam divulgados na primeira semana de janeiro.

            O acompanhamento da situação está sendo feito pelo INGÁ, pela Secretaria de Saúde do Estado (Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde – Sesab/Suvisa), pela Embasa e pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Coordenação Estadual de Defesa Civil – Sedes/Cordec).

            Por medida de precaução, a recomendação do Governo da Bahia é de que as Prefeituras Municipais indiquem formas alternativas de abastecimento de água para a população destas regiões. Assim que foram concluídos os últimos resultados das análises, o INGÁ determinou, na última sexta-feira(27), a suspensão do abastecimento de água nos seis pontos onde foram detectados altos índices de radioatividade.

 Monitoramento é permanente

Desde 2008, o INGÁ realiza trimestralmente a coleta e análise laboratorial de amostras de águas superficiais e subterrâneas em todos os pontos utilizados para abastecimento humano da população dos municípios de Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora. As campanhas, que fazem parte do Programa Monitora, analisam os parâmetros de radioatividade, urânio e de qualidade (ph, temperatura, turbidez, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e resíduo total).

  Resultados de radiação alfa e beta respectivamente:

Torneira do Chafariz público – 0,5 e 2,3

Caixa d’água da fazenda Paiol – 0,2 e 0,5

Caixa d’água da fazenda Goiabeira – 0,5 e 0,9

Margem da Lagoa Grande – 0,4 e 1,2

Cacimba em frente ao colégio Dom Eliseu – 0,3 e 0,3

Açude Cachoeirinha “Tanque do Governo” – 0,1 e 1,0

 A portaria 518 de 2004 do Ministério da Saúde indica como limites 0,1 para alfa global e 1,0 para beta global.

 Ascom INGÁ


Uma Resposta para “INGÁ determina nova coleta de água na região de Caetité para análise”

  1. O BRASIL É NOSSO

    Não tenho visto manifestação pública em protestos – Aos problemas engfrentados pelos hatitantes daquela região.Por quê será?.O PROBLEMA É GRAVÍSSIMO!.

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