Direto da Praça

Paulo Pires

Político Ladrão

         Na cena política brasileira, como ocorre no resto do mundo, existe todo tipo de político. Temos inclusive um quase em extinção: O político honesto. Acreditem, existe sim.  A agenda nacional – como não poderia deixar de ser – está sempre dando destaque para os  que fazem a alegria ou tristeza nossa de cada dia: O político ladrão. Lamentavelmente esse é o tipo que está sempre na ordem do dia. Se o amigo ou a amiga quiser aceitar de coração uma classificação rápida dessa categoria podemos dizer que hoje nossa taxionomia obedece apenas a uma gradação. Ou seja, os ratos são classificados pelo tamanho do que roubam ou pelas suas formas de agir.  Temos o ladrão pequeno (ou pequeno ladrão) e temos o ladrão grande (ou grande ladrão). O primeiro é o ladrão modus operandi mensalão; O outro é o ladrão milenão. O primeiro é ladrão pé de chinelo. Aquele que vai “pegar” a grana no local do crime, conversa com o corruptor ou corrompido, e faz muitas considerações de natureza moral – ultimamente estão até orando – antes de receber a bufunfa. O segundo é requintado. Nunca aparece. Geralmente é um cara muito sério, dono de um montão de coisas, todas em nomes de laranjas, tangerinas, jacas e outras frutas.

Ninguém o flagra com a mão na botija. As transações dele são sempre feitas por intermédio de operações sofisticadas. Enquanto o Povo dorme o homem amealha fortunas e mais fortunas. Suas grandes contas são todas no exterior. No Brasil não existe banco capaz de armazenar tanta grana. Mas o Povo sabe que o “cabôco” é cheio do tutu. Sua fortuna em bens patrimoniais é imensa.  Todo mundo faz de conta que aquilo “não foi roubado”. É uma hipocrisia comovente. Quando alguém inicia uma fala afirmando sobre a riqueza do cidadão, aparece logo outrem perguntando? “Tu ta querendo morrer?”.  Quem é doido prá falar da riqueza desse ladrãozão?  Ele não recebe “mensalão”. Isso é coisa de amador, gentinha pé de chinelo. As transações do grande ladrão asseguram a ele e sua família não a mesada de 30 dias (o mensalão), mas sim um patrimônio para um milênio (o milenão).

Geralmente esses senhores – do milenão – são homens graves, bem posicionados (bota posicionado nisso!) e gozam de uma reputação pública invejável. Na rua são saudados como verdadeiros símbolos do País. E realmente são grandes. Confundem-se com o Erário Público. A partir de determinado momento a mente deles funciona assim:  O que é público vira privado e o que é privado vira público.

Ninguém é louco de lhe contestar. Na rua, como disse anteriormente é respeitadíssimo. Claro que nos botecos ou no interior das casas, são recriminados, mas ninguém ousa lhe acusar. Você está doido?  Quem é que vai dizer que fulano de tal (aquele que você está pensando agora) é ladrão? Hein, diga aí meu Rei. Tens coragem?

Qual nada. Para isto existem Policia Federal Tribunal de Contas, Controladoria, etc. etc. Se esses órgãos não pegam esses mandriões, não vai ser eu ou outro besta que vai denunciar nada.

E o que impressiona, mas não me espanta,  é que o grande ladrão chega a um ponto tal, que ele mesmo acha que o que está roubando não é roubo. É apenas uma modesta contribuição da Nação para os bons serviços prestados por ele. Dá prá você ou queres mais?

Estarreço mais ainda com um segmento de nossa sociedade que acha que esses grandes ladrões não roubaram nada do País. E de forma patética, metem o cacête nos ladrõezinhos do mensalão. 

O Brasil hoje vive uma situação curiosa: Está todo mundo atolado no lamaçal político, em termos partidários. Salvam-se ainda alguns indivíduos. O pessoal do DEM está furioso da vida com o Senhor Arruda porque este, imaginem, maculou o Partido (essa é boa, não?). O PT meteu a viola no saco porque não pode mais falar de ladroagem de ninguém. O PSDB também está caladinho porque foi a sua extensão de Minas Gerais [Eduardo Azeredo] que idealizou primeiramente essa nojeira toda. 

Diante desse quadro sinistro, resta ao brasileiro fazer a seguinte pergunta quando for votar: “Fico com o pessoal do mensalão ou o do milenão? Como vitimas dessa indigesta escolha, devemos pedir perdão a Deus e votar. É nossa vez, sua vez. Você decide… Lembre-se que ainda existe candidato honesto.


6 Respostas para “Direto da Praça”

  1. jdean

    Não há reformas, não haverá reformas!.Qualquer candidato honesto, que vier a ser eleito – Deixará de sê-lo, por conta do sistema irreformável.Um sistema que estabelece – IMUNIDADE PARLAMENTAR,FORO PRIVILÉGIADO, E ADMITE POR CONTA DO TSE – Candidatos de “FIcha suja”. VIVA O BRASIL!.

  2. Baltazar

    Ôpaulopires, Lula é mensalão ou milenão?

  3. jdean

    …mesmo porque,para ser honesto,não pode ser omisso!.

  4. PAULO PIRES

    J Dean e Baltazar

    J. Dean:

    Reformas? Você tá louco? Não fale em reformas. Cada vez que isso é perpetrado, chega-se a conclusão que a REFORMA, DEFORMA. Piora tudo.

    Baltazar:

    O papel do provocador é provocar. Ao mesmo tempo, admito, fujo ás léguas da Provocação. Quem não fêz isso a tempo, teve a cabeça decapitada.

    Pense você mesmo. O texto lhe oferece, pela lógica, uma conclusão simples.

    Saudações aos dois

    Paulo Pires

  5. PAULO PIRES

    Herói é aquele sujeito que não teve tempo de correr.

    Vocês (J. Dean e Baltazar) que são corajosos, façam o que me pedem.

    Ciao

    Paulo Pires

  6. Rigoberto Tarsis

    I’d be inclined to check with you one this subject. Which is not something I typically do! I love reading a post that will make people think. Also, thanks for allowing me to speak my mind!

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