Buraco isola moradores de bairro em Vitória da Conquista

Mesmo convivendo com uma cratera de 40 metros de extensão há exatos  dez anos, os moradores da Rua Manoel Januário de Andrade, no Bairro Recreio, área nobre de  Conquista (509 km de Salvador), ainda não se acostumaram com a situação.

Não é para menos, já que o  enorme buraco, que tem 3 metros de largura e 2,5 metros de profundidade, impede o acesso de veículos particulares, ambulâncias e  de outros serviços essenciais. 

Os motoristas desavisados costumam ter surpresas, tendo que arcar com prejuízos materiais ao ver o carro cair na valeta, como já ocorreu por quatro vezes nos últimos meses. A cratera também di ficulta o trânsito de pessoas e o mato ao redor atrai insetos e animais peçonhentos. 

O problema já foi levado à prefeitura por diversas vezes, sem solução. Em 14 de dezembro de 2008, um grupo de moradores foi recebido pelo chefe de gabinete, Hélio Ribeiro, e saiu de lá com a promessa de solução até 15 de janeiro de 2009. No entanto nada aconteceu.

Estudo técnico – Procurado pela equipe de A Tarde, o titular da Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Infraestrutura Urbana, Ubiratan Félix dos Santos, optou por se manifestar por meio de uma nota, produzida pela Secretaria de Comunicação.

O texto apenas informa que a secretaria “realizou um estudo técnico para identificar as melhores alternativas de drenagem e pavimentação da área”, enfatizando que “a execução da obra, no entanto, depende da captação de recursos”.

Apenas animais – “Estamos isolados socialmente, recebendo apenas a visita de animais e tendo apenas o mato como companhia porque até os vizinhos sentem dificuldade em se deslocar para uma visita”, diz a dona de casa Maria Anália Ferraz de Oliveira.

Para a lavadeira Teresa Galvão Silva a situação atingiu o orçamento familiar, pois ela acabou perdendo muitos clientes. Além disso, a infestação de escorpiões e muriçocas está comprometendo a saúde da filha pequena. “Ela é alérgica e está com o corpo todo marcado pelas picadas”, frisa.

A estudante Karine Costa reclama da lama e do lixo que chega trazido pela água, atingindo principalmente as casas localizadas na parte baixa da rua. “Pior é que, quanto mais a gente tenta amenizar a situação, fica ruim porque qualquer tentativa de aterro é mal feita e a água sempre leva a terra, abrindo ainda mais a valeta”.