Bares e artistas
Paulo Pires
Finalizamos o ano de 2009 com a cidade de Vitória da Conquista cheia de bares e restaurantes. O circuito noturno da cidade está do jeito que o diabo gosta e a juventude adora. É bar prá todo lado e todos os gostos. No circuito Olivia Flores e adjacências encontram-se restaurantes, pizzarias, bares e churrascarias que fazem a festa da cidade. A rapaziada manda ver. Aliás, instalaram também duas tamakerias que rapidamente se transformaram numa verdadeira febre para os meninos e meninas. Trata-se de ambientes para jovens e, portanto, nem precisa dizer, a beleza impera. Encontrei-me rapidamente em uma delas com o deputado federal Paulo Magalhães e como sempre ele se mostrou foi muito efusivo nos cumprimentos. Estavam com ele o ex-vereador Sandro Pezão, o vereador Hermínio Oliveira, Léo Correia, filho da grande artista e intelectual conquistense Mariza Fernandes e outros que não me recordo agora. Eu já havia bebido uma meia dúzia de uísques e isso me obrigou a perturbar o mínimo possível o cavalheirismo do deputado. Qualquer pessoa que entrasse no ambiente ficaria surpresa com a beleza dos nossos jovens. De feio mesmo só estavam lá eu e um amigo horroroso que felizmente não me viu e parece que estava mais chumbado que eu. Inda bem…
Conforme estava dizendo, nosso circuito noturno está muito arrumado. Os novos bares estão sempre com música ao vivo e isso dá aos freqüentadores uma sensação de boemia gostosa como há muito não víamos. O velho Cai Um continua na dele. Tem uma clientela cativa que lhe dá um toque de indiscutível tradição. Naldo está à frente e meu velho e bom amigo Josa só aparece prá rever a velha guarda. Dos novos bares o que mais tenho freqüentado é o Café Soçaite. Quem o comanda é o grande músico brasileiro Otávio Henrique e sua companheira Lorena. A música que se faz no Café é de primeira. Otávio, pelo conhecimento que tem do ramo, seleciona a dedo e com muito critério os músicos que se apresentam na Casa.
Há poucos dias, encontrei por lá o professor Esmeraldino Correia, presidente da Academia Conquistense de Letras. Batemos um papo rapidinho, mas também não fiquei muito tempo prá ele não notar que eu já estava prá lá de Marrakesh [acho que ele percebeu, claro]. Foi um encontro rápido, mas sempre muito cordial com nosso ex-comandante.
O Café Soçaite tem um som especial e um mobiliário diferente dos outros bares. Além disso, os seus intérpretes apresentam repertórios de qualidade e os freqüentadores sentem isso com grande alegria. Otávio, geralmente acompanha os cantores e músicos com sua profissionalíssima percussão, alternando carron, pandeiro ou bateria. É sempre um show a entrada dele. O homem tem um swing fora de série. Sou fascinado por um pandeiro ou uma bateria bem tocados. Talvez por causa disso [e porque não dizer, pelas recepções que me são dedicadas] só saio de lá quando estou de tanque cheio. Mas parece que isso não ocorre apenas comigo. Até hoje nunca ouvi alguém dizendo que foi lá e não gostou. Até o nosso amigo Zé Raimundo, homem muito recatado, ficou por lá um tempão. Encontrei-me com o Zé caminhando na Olívia e ouvi do nosso ex-prefeito a confissão de que haver gosto muito do Café.
Vizinho ao Café tem o Zero Hora de Welber e Paula Telles. É outro ambiente muito gostoso. Este é mais aberto ao ar livre [tipo Costinhas], mas o calor humano e a cantoria lá rola no birro oitenta. A última vez que estive por lá, confesso, saí muito doidão. Também tem música ao vivo e geralmente muito diversificada. Às vezes quem toca é Vadinho Barreto, outra hora é Shirley Dutra, no momento seguinte é Najara, daí a pouco Consuelo Ferraz. A música lá é uma salada de frutas. Como são todos muito bons, vale a pena. Minha dificuldade na casa é que o espaço interno é pequeno [geralmente chego tarde] e não consigo ficar muito tempo debaixo de ventos, garoas, etc. Mas que o Zero Hora também é bom isso ninguém discute.
Se o cliente quiser ficar mais distante da zoada, é só subir um pouquinho a mais e chegar até o Bar de Joel. O pastel de Joel é famoso, a cerveja é sempre gelada, a clientela é de primeira e o ambiente é muito higiênico. Acho que em Conquista não tem bar com banheiros mais limpos do que os de Joel. Acho mesmo que nenhum chega perto. As mesas estão sempre muito arrumadinhas. Só tem um pequeno problema. Quando a gente começa a pegar pressão, Joel avisa: Daqui a meia hora, vou fechar. E fecha mesmo! Mas vale a pena a gente ir até lá, apreciar aqueles salgadinhos caprichados que ele e a esposa colocam à disposição dos clientes.
Em direção a Olívia, vamos encontrar Costinhas, o América, o discretíssimo Laçador do meu amigo Pedro, o Estação Arte que é um carrossel de alegria [e meninas], o japonês Origami e o famoso Boca de Forno de Marcão. O pessoal que vem de fora fica encantado. Esqueci do Caldeirão que também é muito bom, a pizzaria Kimassa de Junior, Churrascaria Asa Branca de nosso amigo Edmilson e a Picanha na Brasa. Subindo a Avenida Brasil, encontraremos duas Pizzarias muito boas. Conquista não é Paris, mas está uma festa.