Mudanças no primeiro escalão da UESB

Por Frederico Torres

Nem bem chegou para a jornada de trabalho da tarde e em menos de meia hora recebeu três telefonemas para reunião urgente no gabinete da Reitoria. Tratou de assuntos inadiáveis com seus colaboradores, municiou-se de projetos e relatórios de importância acadêmica e rumou para o encontro. Depois dos cumprimentos de praxe,  começou a falar sobre o término da aplicação de provas do vestibular 2010,  quando foi drasticamente interrompida pelo reitor Abel Rebouças:

– “Professora Lenira, pretendo renovar o comando de algumas instancias  da UESB, a começar pela Pro-reitoria de Graduação.  Portanto,  estou lhe comunicando neste momento sua exoneração do cargo de pró-reitora.  A portaria será publicada até o final de janeiro, no Diário Oficial do Estado da Bahia”.

  Atordoada pelo comunicado surpresa,  a doutora em Entomologia, Lenira Heloína de Souza, ainda ouviu mais duas outras informações importantes antes de se retirar do gabinete.  A primeira, que seria substituída pelo professor Luís Cestari, de Itapetinga. A segunda, que da mesma forma como ocorreu com ela, o pró-reitor de Extensão, Paulo Sérgio Cavalcanti, também deixaria o cargo até o início de fevereiro.

Este episódio se deu na tarde da última quinta-feira ( 21/01), no módulo administrativo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. De lá para cá a versão vem sendo abertamente contada, com mais ou menos detalhes, por qualquer servidor que vivencia o dia-a-dia dos  corredores daquele espaço. Entretanto, diante da veracidade do fato, grupos da Universidade exercitam reflexões variadas e até especulam caminhos inauditos, que se entrecruzam num ponto comum: as eleições para o novo reitor da instituição, no próximo mês de março.

Alguns dizem que a pró-reitora de Graduação, de competência comprovada, ganha substituto por ter reafirmado apenas o seu compromisso técnico com a Instituição, recusando-se a fazer campanha aberta e pedir votos para o candidato da reitoria, a saber, o professor Paulo Roberto. Outros completam que Luís Cestari vem de Itapetinga para a ProGrad como forma de prestigiar ainda mais o pessoal daquele campus , que indica o professor Heckel para vice-reitor na chapa de “Paulão”. Já um terceiro grupo aposta: se o pró-reitor Paulo Sérgio for destituído da ProEx é para ficar livre e se “jogar de verdade”em favor da chapa nascida na Reitoria.

 Todas as reflexões podem ter sentido ou não. O certo é que a substituição no comando da ProGrad deixa os ocupantes de cargos comissionados da UESB de “orelha em pé”, caso façam “corpo mole” ou surja a necessidade de se barganhar votos durante os meses de fevereiro e março.  A atitude do reitor não deixa margem de dúvida: Abel Rebouças quer um time decidido em torno de Paulo Roberto e Heckel para enfrentar as chapas concorrentes. Mesmo que para isso talvez sacrifique o bom andamento de programas de sucesso e o ótimo desempenho de servidores fiéis àos princípios da UESB.

 O jogo sucessório ganha corpo e só está começando…


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