Por Juscelino Souza, A Tarde
Ação do Programa de Educação para a Vida foi interrompida por exigência legal de municipalização
Após quatro anos gerido pelo Programa de Educação para a Vida, o Projeto Viver Amigo, referência no acompanhamento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, em Vitória da Conquista foi suspenso em dezembro do ano passado, sem data para ser retomado.
A equipe teme pelo andamento do projeto, enquanto a cidade assiste a execuções de jovens numa proporção média de 15,5 por ano, segundo estatísticas da Polícia Civil. De acordo com os dados, de 2006 a 2009, 62 jovens entre 14 e 18 anos foram mortos a tiros e tiveram os corpos abandonados em vias públicas ou em estradas vicinais.
“É a crônica de mortes anunciadas, porque desde 2007 nós lançamos um manifesto denunciando a execução de jovens, pedimos apoio às autoridades para discutirmos o problema e nada foi feito”, desabafou a coordenadora do programa, a psicóloga Monalisa Barros. Ela se referia principalmente à recente onda de violência na cidade, que resultou em 14 mortos e três desaparecidos, a maioria de adolescentes.
O projeto foi saudado pela Fundação Banco do Brasil como “nova tecnologia social”.
Entre os desafios para os futuros gestores, estão a manutenção ou ampliação do percentual de adesão, em torno de 80%, e consolidar o projeto, apontado como uma das melhores experiências no País no acompanhamento de jovens autores de atos infracionais que cumprem medidas socioeducativas de liberdade assistida e de prestação de serviços à comunidade.