O couro tá comendo e a cobra vai fumar
Por Paulo Pires
Se o povo brasileiro tivesse mais acesso ao que está acontecendo nas Editorias da nossa grande imprensa ficaria encabulado com os fatos. A maré não está prá peixe. É pau prá todo lado. Nossos grandes jornais e revistas estão vivendo momentos difíceis. Pior é que não se planejaram, pensando que iam ficar recebendo dinheiro dos governos pelo resto da vida, meteram os pés pelas mãos sem nenhuma política de investimentos correta, resultado: Estão atolados em dívidas que não podem saldar nem no curto nem no médio prazo e, mais grave ainda, quando vislumbram a possibilidade de o PT ficar mais quatro anos na Presidência da República, sentem calafrios e dores por todo o corpo. Bem feito, quem mandou não avaliar corretamente os cenários. Não desejo mal a ninguém, mas neste caso, vou fazer uma exceção.
Aquelas políticas de privilégios não foram embora, mas foram reduzidas e/ou redirecionadas para outras pessoas, locais ou entidades. A vida é assim, como diria Drummond em um dos seus belos poemas. A vida é assim mesmo. Sossega Carlos, não se mate! Isso mesmo. Não devemos nos matar pelos acontecimentos. Venham eles do jeito que vierem, nós os enfrentaremos. O que não se pode aceitar é o confronto. O debate e o combate sim, jamais o embate. Este último sugere atitudes graves e indesejáveis.
Mas, onde estão os debates? No interior das Editorias e em alguns palcos da Internet (blogs, sites, twitter, chats, etc. etc.) e nas próprias publicações. O que há de positivo é que pelo menos agora os editorialistas não estão fazendo as coisas por debaixo do pano. Agora as opiniões e os ataques estão muito claros. Não há mais subterfúgios, nem evasivas. Todo mundo está mostrando a cara. Isso é positivo. O Estadão e a Folha de São Paulo, por exemplo, estão metendo o cacete no Senhor Lula da Silva. Em contraposição a Carta Capital mete o cacete nos dois Jornais e ainda por cima, defende o Presidente.
Nos blogs ocorre o mesmo. Tem blog criticando e blog defendendo. Tá um pega prá capar dos diabos. Mas tudo bem. Entre mortos e feridos, todos – ou quase todos – vão se salvar. E, penso eu, a campanha de 2010 vai ser um divisor de águas na Política Brasileira. Sairemos e estaremos a partir da primeira semana de outubro deste ano com uma visão muito clara de quem é quem no Brasil.
O povo brasileiro, por incrível que pareça – ante o seu aparente desprezo pela Política – está só esperando a hora de manifestar-se. E mesmo sabendo que há uma horda de pessoas querendo criminalizar os políticos, a sociedade sabe muito bem em quem e em quem não vai votar. As ilusões são enormes. E as decepções serão maiores ainda. Muitos serão chamados e poucos serão escolhidos.
Uma coisa, porém é visível e saudável: A guerra na mídia começou. E agora, com o concurso de muitos sociólogos, historiadores e cientistas políticos e sociais. A coisa tá “pregando” fogo. Os grandes Jornais estão aborrecidos porque suas opiniões pouco chegam ao Povão. Antes de comprar uma publicação dessas o homem e a mulher do Povão consideram muito mais justo comprar pão para os filhos. Em tese estão certos.
Neste sentido, nossas grandes publicações se acham em desvantagem porque os achincalhes que promovem contra o Senhor Lula não têm ressonância: O Povo não os lê. E não os lê porque não têm dinheiro para comprar. Estes só são acessíveis às Massas nas salas de médicos e dentistas ou então nos salões de cabeleireiros. Nos três casos, convém lembrar, as revistas e os jornais sempre estão velhos. E, como dizia mister Oscar Wilde: “Não existe nada mais velho do que um jornal de véspera”.
Sinceramente, estou torcendo para chegar 03 de outubro de 2010. Vai ser uma festa. Como diria o senhor Lula da Silva: Nunca na História deste País houve um dia tão cheio de acontecimentos. Agora é hora de cantar Cielito Lindo. “Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem, e o Lula já vai embora”.