Montanha de veículos do Disep vira capa do jornal A Tarde

Por Cristiano Anunciação, A Tarde

Moradores do bairro Jurema, em Vitória da Conquista , estão indignados com a grande quantidade de veículos no pátio do Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep). Eles reclamam que o espaço é infestado de cobras e ratos. Mas o que mais preocupa a comunidade local é o risco de proliferação do mosquito da dengue.

A maior parte dos automóveis está à disposição da Justiça.

Outros são de responsabilidade da 4ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito).

Os veículos estão empilhados.

“Se der uma chuva forte, os carros podem até ser arrastados e causar um acidente”, disse o frentista Wagner Soares dos Santos, 21, que mora próximo ao local.

Donos de estabelecimentos comerciais no entorno também se sentem prejudicados, mas se negam a falar com receio de sofrerem represálias.

“Prefiro não me intrometer nesse assunto”, declarou a dona de uma lanchonete localizada em frente ao Disep.

O delegado titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), Cleber Rocha Andrade, que responde interinamente pela 10ª Coordenadoria da Polícia Civil do Interior (Coorpin), reconhece o problema. “O ideal é um depósito; 60% dos veículos estão à disposição dos juízes da comarca, mas a Justiça não dispõe de locais adequados para custodiar os carros”.

Risco O depósito é lugar bastante favorável para a proliferação do mosquito da dengue, sendo, portanto, um problema de saúde pública. A enfermeira Marinalva Ferraz Soares, 43, dona de um brechó, disse ter matado uma cobra que tentou entrar na casa dela.

“Essa situação está assim há muito tempo. A gente reclama, mas ninguém faz nada”, comentou.

De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde, foram notificados 21 casos suspeitos da doença este ano.

Destes, três foram confirmados, cinco negativos e os demais aguardam resultados.

Em 2009, foram 188 casos confirmados. A secretaria informou que o Disep é considerado ponto estratégico de combate à dengue, com borrifação e tratamento de rotina quinzenalmente.

Moradores acham que a reivindicação perde força porque a associação do bairro “é inativa”. Carolina Oliveira Lemos, 47, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Jurema, disse que as autoridades têm de tomar providência e que a comunidade é soberana, o que sugerir será acatado.


Os comentários estão fechados.