A geopolítica das drogas
Está chegando ao Brasil um livro do Sr. Alain Brousse, renomado estudioso francês em entorpecentes. Certamente vai interessar ao grande público. O trabalho é muito importante e trata de analisar a conjuntura de onde, como, quando, quem e por que as drogas tem se tornado um dos maiores problemas da Humanidade. Penso que a relevância desse do livro se impõe porque se realmente há um fenômeno que está deixando todas as pessoas, todas as sociedades no Ocidente vivendo clima de pavor, não há dúvida que este se associa a produção, circulação e consumo dessa coisa que ao meso tempo que entorpece milhões de pessoas deixa outros tantos milhões sem dormir. Se brincar esses números chegam à casa de bilhões de pessoas.
Junto com o lixo, o desemprego, a fome, as injustiças sociais e a habitação, as drogas parecem ser o carro chefe dos problemas neste início de século XXI. Parece que a questão se reduz apenas no Oriente ou Oriente Médio. Principalmente, em certas regiões e por causa de algumas religiões a coisa não é tão acentuada quanto a nossa em virtude de alguns governos [na verdade, Estados federais] terem resolvido – aparentemente – o fenômeno na base de leis extremas. Os mulçumanos, por exemplo, se forem pegos bebendo ou usando drogas de qualquer natureza podem ir até para a degola.
Mas a grande questão que se verifica em relação às drogas e ela se aprofunda cada vez mais, é porque não existe uma soma de esforços internacional para conter sua expansão tsunâmica. Fernando Henrique Cardoso, Ernesto Zedillo e César Gaviria, ex-presidentes do Brasil, México e Colômbia, respectivamente (sendo o último Prêmio Nobel da Paz) fundaram a Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia cujo objetivo é minimizar a produção, a distribuição e o consumo de drogas na América Latina. Embora se perceba o grande esforço dos três, até agora não lograram muito êxito.
Neste sentido Alain Brousse assinala que a questão agora não pode mais ser resolvida por departamentos ou agências isolados. A droga tem que ser vista e combatida por políticas e agências mundiais. A Barra é pesada. Os cartéis se globalizaram, se organizaram e não é mais possível combater o “esquema” com políticas locais, regionais ou nacionais. A coisa é trans-nacional. Isso mesmo. O diabo se desloca de um canto a outro da Terra com uma velocidade espantosa. E tem mais: A tecnologia à disposição dessa “turma” é a mesma que está à disposição dos governos mais avançados em termos de desenvolvimento. O Diabo está armado até os dentes. Desde redes de computadores altamente sofisticados ao uso de aeroportos e campos para pouso de aviões também comprados pelos cartéis.
Avalia-se que hoje, o movimento de dinheiro envolvendo drogas seja maior que o PIB (Produto Interno Bruto) da maioria dos Países da América do Sul (excetuando-se Brasil, Argentina e Venezuela). Em 2008, conforme informações da Comissão formada pelos três ex-presidentes, os gastos para controle do tráfico chegaram à casa dos 40 bilhões de dólares. Só os gastos para controlar. Imaginem aí quanto “rolou” de venda e consumo…
Neste livro o autor francês deu-nos uma idéia daquilo que já suspeitávamos: Não vai ser com pequenos combates às pragas de roça que conseguiremos “atacar” a grande peste que se transmite pelo gigantesco latifúndio dos entorpecentes. Ou os grandes Organismos Internacionais entram no páreo ou em pouco tempo teremos um Planeta habitado por um bando de alucinados que matam pais, avós, tios, irmãos, amigos sem saber por quê.
2 Respostas para “Direto da Praça”
Francisco Silva Filho
Paulo, a Geopolítica das Drogas começa exatamente dentro daquele espaço que deveria ser o espaço que deveria combatê-las. É verdade que uma ação isolada dentro desse ou daquele governo não surtirá qualquer efeito prático desejado. Essa trílice aliança por ti citada, cujo nosso ex-governante era signatário, foi uma débil demonstração de quanto nós estamos nas mãos desses senhores e desses cartéis. Quando eu disse que a Geoplítica das Grogas começa exatamente onde deveria ser o ponto de sangria dessa, digo que o nosso Congresso Nacional, os Congressos de outras nações tanto no continente americano assim como em outros continentes então infiltrados de agentes financiadores e aplicadores nesse mercado fantástico cujos investimentos lhes dão retorno estratosféricos. Tudo que fizermos como ações repressoras não surtirão qualquer efeito; todavia, se adotarmos os nossos filhos como o filhos que realmente o são, dando-lhes o devido acompanhamento desde o momento em que levou aquele clássico tapinha na bunda e, o obstetra confirma o sexo que a ultrasonagrafia já havia denunciado, o consumo da droga no mundo cairá a níveis praticamente “ZERO”. Tudo enfim, deverá começar pela verdadeira educação que os pais teimam em não dar aos seus filhos; os pais de hoje e de algum tempo têm perigosamente delegado a educação dos seus filhos aos colégios (particulares e públicos), como se fosse obrigação dos professores dar-lhes o que deveriam receber no “berço”. Não nos esqueçamos que o “sábio” Lula há coisa de 30 dias atrás disse que as classes de POLICIAIS e PROFESSORES neste país é composta quase em sua totalidade (mais de 70%) por ex-péssimos alunos nos tempos de colégio; e que viraram professores e policiais porque nada de especialmente bom lhes restaram. Cruel, não é verdade? Mas essa é a nossa realidade!
Francisco – Curitiba-PR
P.S.: Eu não consegui abrir este arquivo em meu PC.
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