Sistema Zona Azul de Vitória da Conquista apresenta falhas e é alvo de reclamações

O sistema Zona Azul de estacionamento rotativo, cuja regulamentação é do Decreto Municipal 11.871/05, é administrado pela empresa Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico (Sinart), há cerca de 4 anos. Um sistema eficiente de rotatividade beneficia toda a cidade, além de facilitar a movimentação no centro comercial, organiza e democratiza o uso das vagas. 

Em município como Vitória da Conquista, polo regional, é fundamental que o sistema funcione bem para que as pessoas, tanto da cidade como as que vêm de fora possam realizar suas compras ou cumprir seus compromissos sem transtornos. O supervisor da Zona Azul, Marcos Oliveira, fala sobre o funcionamento desse serviço. Confira a entrevista: 

Informe CDL – Como é feita a distribuição das vagas da Zona Azul em Conquista? 

M.O – As vagas da zona azul abragem todo o centro comercial e adjacências, como Rotary Clube (Fórum e SAC), Góes Calmon e Otávio Santos. Funciona de 8h00 às 18h00. Temos um intervalo de turmas para almoço, mas o sitema não para. De acordo com o site do Detran, se não me engano, são quase 81 mil veículos em Conquista e para a zona Azul são apenas 957 vagas, o que é muito pouco. Temos que levar em consideração também o seguinte: essas vagas não são só para Conquista. A cidade é um polo e toda a região a visita. O número de vagas é bem menor do que a gente deseja. 

Informe CDL – Como funciona a rotatividade? 

M.O – Quem determina o tempo da rotatividade da vaga é a lei municipal. A Sinart é apenas a prestadora de serviço e é bom deixar claro isso.Toda e qualquer reclamação em relação à lei deve ser direcionada à Prefeitura. Aceitamos reclamação no que diz respeito ao tratamento e à colocação dessa lei por parte dos nossos funcionários e por parte da empresa. A gente vem tendo um pouco de dificuldade porque a lei diz que o usuário pode usar a vaga por 2 horas e renovar por mais 1 hora, ou seja, temos um tempo permitido de 3 horas para cada vaga, o que a gente considera, de certa forma, um pouco alto porque 3 horas é quase uma parte inteira de uma manhã ou uma parte inteira de uma tarde e isso atrapalha um pouco o trabalho. 

Informe CDL – Os objetivos estão realmente sendo atingidos? 

M.O – Temos avançado muito. A gente visa melhorias bem maiores do que a gente consegue hoje. Temos conseguido mudar muita coisa no que diz respeito à rotatividade e à segurança. Quando se fala em zona azul, as pessoas imaginam somente o monitor cobrando o ticket e não é. Temos um trabalho importantíssimo na cidade. Temos o monitor informando a vaga para o usuário e tirando-o da vaga, impedindo que haja colisão com um outro veículo, ou seja, temos um estacionamento com segurança. É um serviço que vai além da rotatividade. 

Informe CDL – Então, por que há tantas reclamações do serviço? 

M.O – Tem que haver, por parte da população, uma aceitação da zona azul. Temos também a questão da lei que é antiga e a questão do usuário que precisa entender a necessidade da rotatividade. A Sinart também proporcionará aos seus funcionários alguns cursos que possam melhorar a zona azul. 

Informe CDL – Há algum tipo de formação para pessoas que trabalham na zona azul? De quanto tempo? 

M.O – Realizamos capacitação com o pessoal que trabalha na zona azul anualmente, com duração de 7 horas. Trabalhamos com questões sobre atendimento ao usuário, sobre o trânsito, leis, o diálogo. 

Informe CDL – Há casos de violência envolvendo ambas as partes: usuários e agentes. Como a administração está resolvendo essa situação? 

M.O – Quando há uma situação envolvendo agressão, a gente tem uma cautela muito grande. Buscamos junto ao usuário qual o problema que ele está tendo com o nosso monitor e com o monitor a mesma coisa: procuramos saber qual a dificuldade que ele está tendo com o usuário. As pessoas, de certa forma, veem a zona azul como um imposto e quando vêm para a rua é mais um para pagar. Lógico que elas têm razão. Somos taxados dia a dia com inúmeros impostos. Mas a zona azul é diferente, é uma necessidade. Existe uma lei e um monitor e existe uma empresa por trás para que isso funcione. 

Informe CDL – Quais as punições para quem desobedecer as regras da Zona Azul? 

M.O – A pessoa é autuada perante à lei municipal com uma multa no valor de R$53,00 e perde três pontos na carteira [de habilitação], caso ultrapasse o limite de tempo estabelecido. Essa multa só é feita mediante um espaço de tempo. Não temos o poder algum de multar. O fiscal da zona azul passa as informações para o Sintrans, que executa a multa. 

Informe CDL – Por que, diferente do que acontece na maioria das cidades, o pagamento é feito em espécie diretamente ao agente? O senhor não acha que essa prática aumenta os riscos de fraude? 

M.O – É uma situação um pouco difícil. Ainda não encontramos outra forma de trabalhar. O monitor vai pra rua com um talão de ticket e ele não tem como trabalhar com os tickets sem receber o dinheiro. O usuário também não tem a boa vontade de procurar um posto e comprar o ticket. Ele sempre quer aquele tempo a mais e quando retornar deixar de pagar. Não digo que é todo mundo, mas acontece. Quando temos usuários de outras cidades, por exemplo, que tem a cultura de entender a zona azul, não há notificação. Ele chega, chama o monitor, pergunta qual o tempo deteminado que pode estacionar, compra o ticket, coloca no carro, ou seja, procedimento normal como todo usuário deveria fazer. Alguns lojistas também reclamam de não poder estacionar em frente da sua loja e questiona que a rua é pública. Mas, que público é esse que você estaciona às 7h da manhã e quer sair às 18h? Público é aquele lugar que você estaciona por um tempo e deixa o lugar para que outras pessoas possam estacionar. 

Informe CDL – Não se trata de tirar emprego porque é ele é importante. A questão é a forma de pagamento. O usuário poderia comprar o talão ou cartão em pontos autorizados. 

M.O – Nós temos o ticket para que seja vendido. O usuário é que não tem a cultura de procurar. Nós atendemos por dia cerca de 5 mil pessoas e, a meu ver, a reclamação é pouca, é quase insignificante. O número de reclamação que chega aqui ou à própria Prefeitura é muito baixo em relação ao número de pessoas que lidamos. 

Informe CDL – Então, falta divulgação para que as pessoas saibam que os tickets são vendidos na Sinart? 

M.O – Eu diria até que falta um pouco de interesse da população. Já cadastramos uma época cerca de 9 agentes credenciados, como bancas de revista e Coelba e fizemos divulgação em televisão e rádio para que as pessoas pudessem comprar e facilitar o nosso trabalho. No entanto, a população não entendeu e não buscou. A zona azul vai funcionar a partir do momento em que as pessoas entenderem que ela é necessária. Poderemos voltar com a idéia de abrir 20 ou 30 postos, mas se o usuário não tiver a consciência que é necessário comprar o ticket e colocar no carro dele, não vai funcionar do mesmo jeito. 

Informe CDL – Há críticas de que a fiscalização é falha e que alguns usuários infrigem a lei de funcionamento da zona azul para ficar mais tempo com a vaga do que o permitido. Por que isso acontece? 

M.O – Nós temos horários de grande circulação de veículos no centro comercial que é entre 9h00 e 10:30. A lei diz que o usuário deve tirar o ticket logo que estaciona, o monitor chega mas ele não tira. Chega outro e também não tira. Então acarreta uma série de usuários sem tickets. Aí ocasiona a questão da notificação e que, às vezes, chateia o usuário. Também temos ótimos usuários que retiram o seu ticket e não dão trabalho algum. Se todos tirassem seu ticket logo na chegada, teríamos um atendimento bem melhor do que há hoje. 

Informe CDL – Em várias cidades do país existe a zona azul digital. Há possibilidade desse sistema ser implantado em Conquista? 

M.O – Temos que ver junto à Prefeitura e analisar. O sistema digital, até onde conheço, requer um número pequeno de pessoas para fazer o sistema funcionar. O que eu vejo aqui em Conquista é o lado humano, o lado profissional da coisa. São gerados 48 empregos diretos e cerca de 100 indiretos. Não queremos trocar um quadro de funcionários por 4 pessoas que podem fazer o trabalho das 40, como funciona em outras cidades. 

Informe CDL – Como os cidadãos conquistenses podem denunciar ações irregulares envolvendo tanto agentes quanto usuários? 

M.O – Temos nossos telefones à diposição da população, que funciona das 8h00 às 18h00. Atendemos qualquer pessoa, sem problema algum. Quem quiser fazer sua reclamação pode ligar para o 3421-1231. Nos próximos 30 dias, o usuário também poderá acessar nosso site: www.zonaazulsinart.com.br 

Informe CDL – A Zona Azul se responsabiliza por danos ou roubo de veículos em sua área de estacionamento? 

M.O – A zona azul nunca foi responsável por qualquer dano. Entendemos que segurança pública é de responsabilidade do Estado. Fazemos uma prestação de serviço para criar uma rotatividade. Cobramos uma taxa porque existe uma máquina e ela precisa funcionar.


3 Respostas para “Sistema Zona Azul de Vitória da Conquista apresenta falhas e é alvo de reclamações”

  1. aleksia

    meu pai trabalha ai eu tou mandado esse recado so para dizer que eu tou con saudade dele e que mande esse recado para ele bjos dindo te amo e manda um beijo para vovo caçula para(valdevir souza pacheco)de (aleksia souza carvalho)

  2. Igor

    Um absurdo , nao bastam tantos impostos que pagamos e ainda nao podemos sequer estacionar o veiculo na rua. Um absurdo mesmo. Oque o estado nos dar em troca disso ? So papo furado né.

  3. MICCHELLY

    ESSA HISTÓRIA DE ZONA AZUL JÁ ME CAUSOU MUITOS CONSTRANGIMENTOS! O FUNCIONÁRIO PÕE UMA NOTIFICAÇÃO NO SEU CARRO SE SOME!!!
    VOCÊ NÃO SABE A QUEM DEVE PAGAR E FICA RODANDO PELAS RUAS COM A NOTIFICAÇÃO PRESA AO LIMPA VIDRO DO CARRO!!!
    ISSO CABE IDENIZAÇÃO!!!

    REGISTRO AQUI O MEU PROTESTO CONTRA O ZONA AZUL!!!

Os comentários estão fechados.