João Pedro Pitombo, A Tarde
O que era uma acirrada concorrência acabou de se transformar numa parceria. Anunciada na manhã de ontem, a fusão do grupo baiano Insinuante e do mineiro Ricardo Eletro apenas mudou o cenário do mercado varejista brasileiro, criando a segunda maior empresa de móveis e eletroeletrônicos do Brasil, ultrapassando a Magazine Luiza Batizada de Máquina de Vendas, a nova holding já nasce com uma previsão de faturamento de R$ 5 bilhões.
Juntas, Insinuante e Ricardo Eletro possuem uma rede de 528 lojas em 16 estados e no Distrito Federal.
A fusão das duas empresas acontece quatro meses após a criação do conglomerado formado por Pão de Açúcar, Casas Bahia e Ponto Frio, que se uniram na criação do maior grupo varejista do País, com faturamento anual de R$ 18,2 bilhões.
Assim como a fusão anteiro, a união da Ricardo Eletro e Insinuante também não envolveu dinheiro: cada um ficará com 50% da nova empresa.
A Máquina de Vendas será presidida por Ricardo Nunes, da Ricardo Eletro, enquanto o atual presidente da Insinuante, Luiz Carlos Batista, vai comandar o conselho de administração.
Expansão
Donas de 20% do mercado baiano e 8% do mercado nacional, Insinuante e Ricardo Eletro tem planos ambiciosos de expansão no País, com o objetivo de dobrar o faturamento da nova empresa dentro de quatro anos, chegando a um patamar de lucro de R$ 10 bilhões com uma rede de 1.000 lojas.
Para concretizar esta meta, o novo conglomerado vai em busca de parceiros. “Daqui para frente, vamos negociar a aquisição de outras empresas”, confirmou o presidente da Insinuante, Luiz Carlos Batista.
Somente este ano, serão abertas 50 novas lojas, sendo 30 delas no Rio de Janeiro.
O próximo passo será entrar no mercado de São Paulo – considerado o mais competitivo do País e com amplo domínio das Casas Bahia. Segundo Ricardo Nunes, a intensão é iniciar as operações em São Paulo dentro de no máximo um ano.
Além da expansão física, a Máquina de Vendas também pretende avançar no comércio eletrônico. Atualmente, 7% das vendas da Ricardo são feitas pela web. Na Insinuante, o percentual é de 5%.
Empregos
Caso as metas de expansão se concretizem, a previsão é que o número de funcionários salte dos atuais 15 mil para 30 mil em quatro anos. Com uma rede de lojas já consolidada, a Bahia deverá ficar com uma fatia pequena destas novas vagas.