Direto da Praça

Paulo Pires

Terrorismo. Que terrorismo?

Os acontecimentos da manhã desta segunda feira (29/03/10), em Moscou, exprimem o verdadeiro significado de como a grande imprensa internacional trata das questões relacionadas ao domínio e contradomínio de certos Povos contra determinados Povos. Apesar de o mundo já estar vivendo há 10 anos o século 21 da era cristã, ainda existem povos dominando outros e os dominadores acham-se no direito de fazê-lo, como se isso fosse uma determinação que Deus lhes concedeu.  O que aconteceu nesta segunda feira fez com que essa grande imprensa estampasse com letras de pavor que Moscou foi mais uma vez (?) vitima do Terrorismo. Ora, ora, terrorismo… Quem acompanha o noticiário político do planeta sabe com mediana clareza que a coisa não é bem assim.

Um pouquinho de história e geopolítica revela que a Rússia, por inoperância dos seus ex-dirigentes bolcheviques, viu suas regalias irem por água abaixo quando da sua derrocada em 1989. Não podendo conter a dispersão da maioria das repúblicas que compunha sua federação de falidos, pôs-se de vigília para não perder os seus nacos mais preciosos. No caso, uma de suas jóias – não a da coroa porque o czar foi para o espaço há quase cem anos – é a frágil Chechênia. Desde 1859, este povo caucasiano está preso ao imperialismo moscovita e de lá para cá não consegue escapar da exploração que sofre do Kremlin.

Que diabo é isso? Que mundo é este? Quer dizer que existe um Povo islâmico no Cáucaso, etnicamente diferente dos russos e que pelo fato de ser impotente militarmente tem que sustentar a cúpula de Moscou? Isso mesmo. Este povo sofrido, o checheno, há mais de 150 anos luta para não mais ser “roubado” pelos russos. E estes como ocorrem com todas as potências hegemônicas, invadem a Chechênia [1994 e tempos depois] matam milhares de pessoas, multiplicam suas bases militares e ainda por cima dizem que o petróleo e o gás do Cáucaso a eles pertencem. Esta é a realidade. Desde o início da segunda metade do século 19, os chechenos sofrem as agruras de não ser uma potência militar para evitar a exploração russa. Além do incômodo que sentimos em conhecer essa realidade, existe esse outro que é a forma como se trata a questão.  A grande imprensa insiste em dizer que as reações [in] justas das “viúvas negras e do povo checheno” é que são e fazem parte do Terrorismo. Dá prá entender este mundo? Responda em sua consciência…

Capital Erótico

            A última e mais quente notícia de Londres informa que uma pesquisadora do Instituto de Estudos Econômicos concluiu em recente pesquisa que hoje um componente importantíssimo para que um profissional (homem ou mulher) se dê bem em sua trajetória funcional pode ser atribuído ao Capital Erótico. Pense aí se essa moda pega. Nós que já estamos bombardeados por tantas informações eróticas vamos acabar ficando tarados. Nossas bancas de jornal e revistas são verdadeiros stands de provocação sexual. Outrora eram só notícias, como disse o Caetano em sua Alegria, Alegria. Mas agora a coisa desandou. Inda bem que encontrei coisas mais importantes na vida do que ficar pensando só nisso. Claro que o tempo é implacável e ninguém, por mais que queira,   permanece até o fim com a libido em alta. Isso dá uma dose de melancolia  que me faz lembrar uma deliciosa frase de um poeta russo: “O mal dessa juventude é que não estou mais dentro dela”.


Uma Resposta para “Direto da Praça”

  1. Aletha Urbaez

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