Direto da Praça

Paulo Pires

Por Paulo Pires

Dorme Sujo

Um leitor do blog de Herzem disse que não agüenta mais chegar em casa e sequer lavar o rosto. Ele mesmo se autodenominou de Dorme Sujo. Juro que há tempos não ouvia esta expressão e fiquei alegre em saber que pelo menos algumas pessoas de nossa velha Conquista não se esqueceu de utilizar termos que criamos para designar certos ocorrências e situações em que somos vitimas.  Dorme Sujo, essa é boa, não? O fato é que a falta de água que estamos vivenciando nesta primeira semana de abril de 2010, nos leva a concluir sobre a importância desse líquido. Água definitivamente é Vida. Não existe vida sem água. 

 

  

2)    Tipos Políticos 

            Em um programa de debate político passado nesta terça [06/04/2010] às 22 horas pela TV Câmara, o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) fez uma afirmação curiosa. Disse o deputado: “Alguns políticos do nosso Congresso arranjam dinheiro para fazer campanha e inversamente tem outros que fazem campanha para fazer dinheiro”. Todos os demais participantes sorriram da afirmação do experiente deputado. Vocês aí tirem suas conclusões. 

            Ao final do programa, eu que sempre fui contra financiamento público de campanhas políticas acabei mudando de opinião. Minha única preocupação persiste ainda em o Governo criar tributo para que possa financiar essas disputas. Mas porque mudei de opinião? Os participantes do debate me convenceram que todos os recursos que financiam os candidatos, de uma forma ou de outra são públicos. Pior que isso é verdade. Nós é que não sabemos como se processa esse fluxo de recursos para os financiamentos. Mas que os valores utilizados são públicos, disso não tenho mais dúvida. O mesmo raciocínio se aplica às Instituições de Ensino Superior. Ingenuamente as pessoas pensam que elas são públicas e por isso “seus filhos não pagam nada”. Claro que diretamente ninguém paga nada. Mas quando o cidadão toma ciência de como são feitas as transferências do privado para o público, ele realmente passa a ficar “por dentro” de como está pagando a passagem do seu filho pelas Universidades. 

3)    Recursos para a Bahia e o exemplo de São Paulo 

            Todos os nordestinos acompanhamos com surpresa e porque não dizer, desagrado,  o tratamento que a imprensa da região  Sudeste do País deu para a quantidade de recursos que o Ministro Gedel Vieira Lima direcionou para o Nordeste, especialmente o estado da Bahia. É lamentável que tenhamos uma Federação construída sobre bases tão mesquinhas como a que edificamos. Todo brasileiro medianamente informado sabe o quanto de nossa riqueza e do nosso Orçamento foi destinado para a Região Sudeste nos últimos 100 anos. Todos sabem que em 1930, os barões do café de São Paulo estavam alquebrados. E sabem que o presidente Getúlio Vargas mandou tocar fogo em tudo, dando-lhes dinheiro à mancheia para que deixassem aquela atividade (primária) para se tornarem grandes industriais (Lafer Piva, Mendes Caldeira, Ermírio de Moraes etc. etc.) e/ou banqueiros (Bueno Vidigal, Moreira Sales, Setúbal, etc. etc.). Naquele momento ninguém do Tribunal de Contas ou da Imprensa do Sudeste se manifestou dizendo que aquela quantidade de recursos destinados a uma região provocaria desequilíbrios regionais perigosos. Deu no que deu. São Paulo que poderia ter sido uma consagração do capitalismo para distribuição de igualdades em menos de um século deixou de ser a Terra Prometida e se transformou no final  do século 20 para o 21, uma tragédia geo-sócio-econômica.  O inchaço da cidade [viário, urbanístico, econômico, social, cultural] é tão monumental que não há cristão que possa de sã consciência dizer que vive bem em sua região metropolitana. Tudo que é ruim a cidade atraiu para si [claro que lá tem coisas boas]. Mas no frigir dos ovos o resultado é negativo. O paulistano vive clima de terror da hora que acorda até a hora de dormir. E hoje, um ministro cuja pasta tem como finalidade a Integração Nacional, ao perceber esses desequilíbrios e tenta minimizar essas injustiças, imediatamente é tachado de irresponsável. Irresponsável, diríamos, é quem constrói e pensa uma Nação com diferenças tão acentuadas nos planos sócio-econômico-regionais.


Uma Resposta para “Direto da Praça”

  1. Escrachador

    Diferente de muitos corruptos no país.Dormem com o corpo limpo( pelos a maioria), mas, a consciência suja.Aquela consciência suja é a responsável direta, em todo o país, por todo tipo de sujeiras.A mais espetacularizada – O TERROR CARIOCA!!!!. Onde muitos eleitores e cidadãos e cidadãs de um modo geral – São encontrados mortos,debaixo de uma montanha de lixo!.E os politícos,estão esperando as eleições,fazendo propaganda com a desgraça do povo.Anunciando PACs,1,2… etc,.Que o Brasil conquistou o respeito do mundo, poucos duvidam.Copa 2014 e Olim píadas 2016.Dão provas disso.DILMONA 2010!.

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