Por Joilson Bergher
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Foi um fato histórico. O Sudoeste do Estado da Bahia, de fato, prestigiou a I PARADA LGBT de Vitória da Conquista acontecida na tarde – noite do dia 17 de abril. Estava em curso temas relacionados às minorias em questão, como SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, DST/AIDS, COMUNIDADE LGBT, e claro, a desconstrução de padrões tradicionais de gênero. É importante que atos desse gênero ocorra cada vez mais nesse Estado da Bahia, até porque os dados que dizem respeito aos gays no Brasil, dão conta de uma comunidade, se é que podemos chamá-los assim de aproximadamente 20 milhões de pessoas. E o que seria LGBT? É o acrônimo de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros. Aqui é utilizado para identificar todas as orientações sexuais ditas minoritárias, além de manifestações de indentidade de gênero divergentes do sexo designado no nascimento. É bom esclarecer que a mudança de nomenclatura foi realizada afim de valorizar as lésbicas no contexto da diversidade sexual e também de aproximar o termo brasileiro com o termo predominante em várias outras culturas.
Em suma, seria melhor defini-los como Movimento dos Não-Heterossexuais o que seria um meio de exclusão, que não tem nada a ver com a proposta que é justamente de inclusão de todos que se identificam com a causa, direta ou indiretamente. Vejo que na esteira de preocupações dos que lutam ferozmente contra o Estado que destrói, avilta, demoniza os Gays invisibilizando-o, um em especial, em tese, tem sido exatamente a denúncia contra a falta de política educacional propositiva para a juventude, mas não somente para ela! Eis um exemplo claro disso que afirmamos. Em um estudo da UNESCO, “foi verificado que de cada quatro alunos, um não gostaria de ter homossexuais como colegas de classe. Minoria, mas uma minoria barulhenta – o método mais comum de violências contra homossexuais nas escolas é a ofensa verbal, o xingamento, sempre com o intuito de humilhar, discriminar, ofender, ignorar, isolar, tiranizar e ameaçar. Afinal, como reflete Paulo Freire, em sua Pedagogia do Oprimido, nossas condutas obedecem a um certo tipo de ordenação que é tida como modelo a ser seguido. Aqueles que dele ousam se afastar acabam rotulados como “transgressores” ou “anormais.” Fica evidente sim que as redes de ensino do Brasil não há um programa de educação sexual, instituído pelo Estado ou municípios. E mais, a participação dos professores (que deveriam passar por uma capacitação antes) está completamente esvaziada, desinformada… o que dizer dos alunos? Penso que a escola tem que passar por uma reforma ampla discutindo, propondo projetos, de impacto tendo os alunos como ártifices dessas discussões, envolvendo coordenadores, professores, diretores, secretarias, o Poder Público, Ong’s, mídias, famílias! É positivo ver Vitória da Conquista ir para rua participar, ver, discutir, mostrar a diversidade presente no Brasil. É bom ver a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista em parceria com a Câmara de Vereadores se sensibilizarem e apoiarem essa luta contra a homofobia que mata pessoas, criando leis específicas assegurando os direitos da população LGBT, e claro, possibilitando ações educativas e obviamente fiscalizando e fazendo cumprir as que já existem. A título de informação, em 2009, na Bahia foram assassinados 198 gays de forma violenta, segundo o Grupo Gay da Bahia. Contra essa perversidade hedionda – informação, educação, política pública, mobilização, cultura e denúncia. Parabéns Vitória da Conquista. Parabéns a Banda Ladrões de Vinil pelo excelente som. Como diria um dos participantes do evento, seria o mundo Gay?
Joilson Bergher, historiador, professor de história da rede Pública Municipal em Brumado, Pesquisador Independente do Negro no Brasil, Graduando em Filosofia/UESB.
Uma Resposta para “1ª Parada do orgulho de ser LGBT de Vitória da Conquista e a Quebra de um paradigma Histórico!”
Wesley
Anderson,
muito bom! Parabéns!
Só uma incorreção: 198 foi o número de homossexuais NO BRASIL. Na Bahia foram 20, acho.
Abraço
Wesley Francisco
Diretor Geral Associação Beco das Cores –
Educação, Cultura e Cidadania LGBT
Salvador – Bahia