A peça do carro da promotora Genísia Oliveira, vítima de um suposto atentado em Vitória da Conquista vai ser periciada em Salvador. O carro dela foi atingido por tiros na madrugada da última terça-feira (4).
A promotora contesta a declaração feita pelo secretário de Segurança Pública, César Nunes, sexta-feira (7), ao BATV, de que não há indícios de que ela estaria sofrendo ameaças.
Os promotores do grupo de operações especiais do Ministério Público chegaram sexta-feira a Vitória da Conquista. A equipe veio apurar a denúncia de atentado contra a promotora Genísia Oliveira.
Dois soldados da assistência militar do Ministério Público também estão na cidade para fazer a segurança particular da promotora. Genísia Oliveira está à frente do inquérito que investiga a participação de policiais militares na morte de 11 pessoas e no desaparecimento de três adolescentes no mês de janeiro.
Na última terça-feira, véspera da prisão de dez policiais que teriam participação nos crimes, e que já foram transferidos para a região metropolitana de Salvador, a promotora teria sofrido um atentado.
Ontem, o secretário de Segurança Pública do estado falou sobre o caso. ‘Até agora, não há nenhuma evidência concreta, nenhuma evidência firme de que ela esteja sofrendo ameaças. Determinamos de imediato que ela fosse ouvida, que fossem ouvidas as testemunhas desse suposto atentado. O carro não tem marca de bala nenhuma. As diligências estão sendo realizadas também pela Polícia Civil de Conquista’, afirmou o secretário de Segurança.
A promotora Genísia Oliveira contestou as declarações do secretário e apresentou o para-choque do carro com as marcas dos tiros. ‘Ele foi incauto quando ele disse que a perícia do meu veículo não constatou nenhum tiro. O tiro não foi no veículo, foi na lataria do carro e essa retirada foi feita do veículo porque logo depois dos tiros meu marido bateu o carro, em virtude do susto que ele tomou. Para cautelar provas, nós tiramos a parte desse material da lataria do veículo, que está aqui conosco. Portanto, os dois tiros estão aí. Se foi atentado, se foi tentativa de assalto ou se foi uma brincadeira, eu não sei’, afirma a promotora.
O secretário de Segurança Pública César Nunes disse hoje, por telefone, que vai esperar pelas provas que a promotora vai apresentar para voltar a falar sobre o assunto.
O procurador geral do estado, Welligton Lima e Silva, disse que também vai esperar a conclusão dos laudos da perícia técnica para voltar a falar sobre o assunto.