Valmar Hupsel Filho | A TARDE
Representantes do Centro de Assistência ao Policial Militar (Juspm) entram hoje comum pedido na 2ª Vara Crime de Vitóriada Conquista para que a promotora de Justiça, Genísia Oliveira, da promotoria regional, se afaste da coordenação das investigações que apuram a participação de policiais nos 14 homicídios e três desaparecimentos ocorridos no dia 29 de janeiro, no Alto da Conquista. “Se nos for negado, vamos fazer o mesmo pedido no Tribunal de Justiça”, garantiu o presidente da Ajuspm, David Salomão.
Ele disse ter elementos que contestam a versão de que a promotora teria sofrido atentado.
“Primeiro, ela disse que estava no carro, depois disse que não estava”, pontua.
Salomão considera estranho o fato de Genísia Oliveira não ter mandado o veículo para a perícia e, em vez disso, levá-lo para uma oficina. “Ela quer justificar as prisões preventivas ou um eventual pedido de prisão preventiva”, acusa. Ele também questiona os critérios utilizados para a decretação das prisões.“O critério foi ter trabalhado naquele dia e ter efetuado prisões.
Um absurdo”,observa. A promotora não foi encontrada ontem.
Protesto Parentes, amigos e colegas de corporação dos 10 policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Vitória da Conquista – presos preventivamente no Batalhão de Choque, em Salvador, acusados de participação nos homicídios e desaparecimentos – saíram ontem às ruas da cidade para protestar contra a detenção dos PMs, que julgam arbitrária, e a forma como foi feita a operação para cumprimento dos 10 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão, no último dia 5.
Uma nova manifestação foi marcada para a próxima terça-feira (11), a partir das 9 horas e tem como destino final a sede da Procuradoria Regional do Ministério Público.
“Meu irmão se apresentou voluntariamente logo que soube”, contou Eduardo Ribeiro, irmão do subtenente PM, Arlande Ribeiro de Almeida.
Ele conta que quando retornou, sua casa tinha dois policiais armados com fuzis guardando a porta e outros seis na sala. “Minha mãe, de 67 anos, chegou a passar mal de nervoso. Não havia necessidade daquilo já que os policiais se apresentaram”, disse ele sobre a operação, que contou com 150 policiais de diferentes corporações.
A esposa do subtenente, a psicóloga Ana Cândida Lobo, questiona a prisão do marido.
“Ele só foi preso porque estava de plantão no dia”, disse.
Ela contou que o subtenente está há 20 anos na polícia, também nos municípios de Aracatu e Barra do Choça. “Levantei a ficha dele e só tem elogios. O pessoal de Aracatú, onde ele ficou 10 anos, pede que ele retorne”, afirmou.
Os manifestantes se encontraram por volta das 9h30 na Praça da Saudade e, durante mais de duas horas, caminharam pelas ruas da cidade, segurando cartazes e faixas, soprando apitos e gritando palavras de ordem.
A esposa de Ronildo Vieira da Silva, Sandra Oliveira, disse que tem sofrido com a prisão do marido.
Ela lembra que Vitória da Conquista é uma cidade com mais de 300 mil habitantes, não tem um centro de recuperação para jovens infratores, que são os causadores da maior parte das ações criminosas. “Por que o governo não faz um em vez de gastar com uma mega operação para prender policiais?”, questionou.
Uma Resposta para “Associação de PMs em Vitória da Conquista entra com pedido de afastamento de promotora”
Alex
Onde existe policía, não há necessidade de Ministério Público!.Ambos são instituições ligadas a justiça.