Direto da Praça

Futuro para a juventude ou juventude para o Futuro

Acho que foi o presidente Roosevelt quem disse: “… já que estamos em dificuldade para construir um bom futuro para nossa juventude é hora então de construirmos nossa juventude para o futuro”.  No caso brasileiro penso não ser impertinente perguntar: Será que estamos fazendo isto? Será que estamos preparando nossa juventude para uma vida melhor? Creio que não.

Uma das razões?  Falta de institutos [gerais] para redução da violência ou quem sabe formulações de políticas [ou a falta delas] nesta direção. A ausência dessas políticas abre brecha para o elevado número de ocorrências a ela vinculadas.  Neste sentido, não se pode deixar de afirmar: A violência como fenômeno social ainda está distante do tratamento que merece. Nossas ações para reduzi-la são feitas de forma incipientes, amadoras, ingênuas, totalmente deslocadas da realidade. Já dissemos anteriormente e continuaremos a repetir: as famosas, sublimes e humanas “passeatas pela paz” não passam de procissões de fiéis que crêem ser atendidos pelos delinqüentes a partir da lacrimosidade de suas súplicas. Esquecem-se esses “bons fiéis” que os “sujeitos” a quem eles recorrem [suplicam] desconhecem dentre outros juízos [infelizmente] a existência de Deus.  Nossos honrosos e indispensáveis fiéis [eles são indispensáveis] crêem insistentemente que as patéticas “passeatas” tem o condão de “debelar” a violência. Lamentamos dizer, mas discordamos frontalmente – mais uma vez – dessa interpretação.

A violência tem que ser “atacada” de forma sistematizada. No caso de Vitória da Conquista, nota-se que as pessoas mais aguerridas na promoção desses “ataques” inexplicavelmente são vítimas contumazes de impiedosos críticos. O exemplo mais destacado, claro, é o do comentarista Herzem Gusmão. Este jornalista grande conhecedor da complexidade que envolve as teias sociais da cidade tanto pelos aspectos humanos quanto pelo acompanhamento histórico observa [com pertinência e preocupação] o rumo e o nível a que está chegando este fenômeno.  

Como o problema não é só local, torna-se urgente instalar uma Rede Nacional de Discussões sobre a violência cuja estrutura deveria abranger Encontros e Mesas Redondas locais, Seminários, Simpósios, Congressos Conferências, Reuniões Científicas e Políticas no âmbito municipal, estadual e federal, com a participação de agentes ou atores do mundo Político [Legislativo e Executivo], Judiciário, Jurídico, Academias, entidades e redes sociais envolvendo organizações estatais e paraestatais [ONGs]  cuja finalidade seria detectar e debater em profundidade a sua raiz e quais ações a desenvolver  para redução a níveis toleráveis. Encontros que devem começar pelos bairros de cada cidade [menor célula social] até chegar aos grandes palcos de discussão e daí para um extenso trabalho de Consolidação daquilo considerado como o cerne da questão.     

A consolidação deve contemplar tópicos úteis para análise e avaliação cujas ações pluri e multifuncionais justifiquem-se e sejam  práticas, objetivas. Colocando sempre em primeiro lugar  a compreensão de que a violência é um fenômeno social que atinge não  apenas  grotões e pequenas possessões.  Ao contrário, alcança epidemicamente o País em todos os seus espaços e dimensões éticas, sociais, econômicas, geográficas e  de coexistência civil.  

Assinale-se que o cidadão atento ao quotidiano observa com justa indignação que Violência é uma realidade que cresce minuto a minuto. Sendo assim, cabe a ele mesmo contribuir para que a presença nefasta desse fenômeno não adquira status de naturalidade ao ponto de ser banalizado. Jamais admitir a violência como uma característica humana.  É imperioso “fazer esforços” para rechaçá-la  em todas as formas de manifestação. Se assim não for, cremos ser  o momento de um retorno  às cavernas. Neste sentido, também seria hora de dar adeus ao pacto social, adeus a coexistência exigida pela civilização e adeus também àquilo que foi aceito pelas sociedades denominadas de regras de convivência social. É isso aí…


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