E em cartaz, nós!

Lays Macêdo | Revertério

A violência desenfreada que cerca Vitória da Conquista já alcança os setores de prestação de serviços básicos.

Num breve resumo, pode ser identificado como o estopim dessa situação mais que caótica o assassinato do policial militar Marcelo Márcio Lima Silva, 32 anos, no dia 29 de janeiro deste ano. Logo em seguida, um grupo, supostamente de PMs, se uniu em busca de justiça/retaliação. O desaparecimento de três adolescentes, assassinato de 11 pessoas e a presença de uma força tarefa do Ministério Público Estadual, resultou em prisão para 10 policiais militares.

Desde então, a tentativa de instaurar o cumprimento das leis previstas pelos Direitos Humanos vem se tornando preocupação para os conquistenses. Bem, dos dois, um: ou a polícia está perdendo sua força atuante e/ou interesse ou os bandidos estão mais munidos, já que se encontram tão mais à vontade.

Depois de ataques a atendentes do SAMU 192, motoristas e cobradores de ônibus, a noite do último sábado (22) foi a vez de funcionários que prestam serviço para a Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento). Após um chamado, por volta das 18 horas, a equipe de plantão se dirigiu ao bairro Bruno Bacelar para o reparo de um suposto vazamento. Quando chegaram ao local, foram abordados por homens armados, que os detiveram por cerca de quatro horas. Em meio às ameaças, chutes, socos e coronhadas, os dois reféns perderam documentos, dinheiro, cartões, celulares, além do carro empresarial que conduziam.

Segundo encarregado da empresa terceirizada, a greve dos policiais civis (reivindicando a aprovação do PEC 446/300, que equiparia o piso salarial das polícias no país) dificultou um pouco o registro da queixa. A empresa informou ainda que haverá algumas restrições aos atendimentos noturnos quando não dispuserem de acompanhamento policial, principalmente em bairros com relevante índice de periculosidade.

Ao que me parece, a situação da cidade assemelha-se muito a das grandes capitais violentas retratadas pela mídia. A grande diferença é que dessa vez somos nós os envolvidos na trama.


Uma Resposta para “E em cartaz, nós!”

  1. Reny

    O tema foi muito bem abordado…
    Parabéns

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