Eduardo Moraes
A expectativa era grande neste último 15 de Junho, devido à estréia da seleção brasileira na 19º Copa do Mundo de Futebol – FIFA, na África do Sul. A população brasileira estava unida, de norte a sul, mas também estava de olho em Brasília, onde o presidente Lula, de uma canetada só, poderia marcar dois gols a favor dos trabalhadores brasileiros. Mantendo a decisão do Congresso Nacional, garantiria o reajuste de 7,72% para os aposentados e o fim do famigerado fator previdenciário, herança maldita da era FHC, justiça que seria feita com milhares de trabalhadores deste Brasil, que por necessidade são empurrados para o mercado de trabalho ainda muito jovens.
A decisão do presidente em conceder o reajuste aos aposentados fez essa torcida vibrar. Por outro lado, o veto ao fim do fator previdenciário, justificado que sua aprovação poderia levar o país à bancarrota, esbarra com o que dizem os muitos economistas especialistas no assunto. De qualquer forma, a nossa luta deve ser intensificada para que esse injusto fator previdenciário seja extinto ainda este ano, pressionando e dialogando, pois assim como na conquista do reajuste, a união de todos os trabalhadores, através dos seus sindicatos e centrais, será pela vitória.
Neste dia 15, não apenas o presidente Lula desafinou e frustrou a expectativa de milhões de brasileiros. A nossa seleção canarinho estreou contra a fraca seleção da Coréia do Norte e sofreu para arrancar uma magra vitória por 2X1. É verdade que continuamos como uma das favoritas ao título, mas desde 1994 não apresentamos um futebol jogado com magia, espontaneidade e alegria. Tem prevalecido um futebol feio, defensivo, burocrático, onde prevalecem os interesses econômicos dos patrocinadores determinando quais jogadores devem ser convocados para compor a seleção e ditando até como os mesmos devem se comportar, vestir, calçar, etc. É a FIFA, em parceria com as grandes marcas esportivas e empresas transnacionais, que de quatro em quatro anos, fatura bilhões de dólares, transformando todos os espaços e ações possíveis em dinheiro.
A magia, a arte do toque e do drible não podem ser substituídos pelo estilo europeu da força e marcação. Precisamos romper com essa forma única, sem criatividade e emoção de jogar futebol, espalhada pelos neoliberais por todo o mundo. Os interesses financeiros não podem prevalecer sobre os sonhos de união, solidariedade, justiça,soberania, independência e nacionalismo de um povo.
Vamos prá frente, unidos pelo hexa e por uma sociedade nova e de oportunidades iguais para todos!