Um grupo de 17 adultos e quatro adolescentes foi libertado de condições análogas à escravidão em cafezal de Barra do Choça, no Sudoeste baiano. Submetidos a condições degradantes no trabalho e no alojamento, os empregados também estavam “presos” por dívidas contraídas para a compra de alimentos básicos. A libertação ocorreu em 21 de julho na Fazenda Estância, de propriedade Paulo Roberto Bastos Viana. Por meio de “gatos” (intermediários que aliciam mão de obra), foram arregimentados para a colheita dos grãos de café na periferia de Vitória da Conquista. Segundo Joatan Gonçalves Reis, coordenador do grupo de fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Bahia (SRTE/BA), que esteve à frente da operação, havia entre os libertados seis mulheres e quatro jovens, dois deles tinham apenas 14 e dois 16 anos de idade. Após a libertação dos trabalhadores, Paulo Roberto Bastos Viana se recusou a pagar as verbas rescisórias (cerca de R$ 25 mi) a que os trabalhadores tinham direito. Ele alegou que só poderá arcar com os valores no final da colheita. Diante da recusa, o auditor encaminhou uma cópia do relatório da inspeção ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que deve entrar com uma ação contra o cafeicultor.