A Semana entrevista Lúcia Rocha

Maria Lúcia Santos Rocha é comerciante, tem 55 anos e nasceu no município de Aquidaba, interior de Sergipe, mudando-se para Vitória da Conquista aos 12 anos. Casada, é mãe de três filhas. Iniciou sua militância política em 1986, no PTB, sendo eleita vereadora pela primeira vez em 1992. Foi reeleita em 1996 e, posteriormente, reeleita nas eleições de 2000. Em 2004 foi mais uma vez reeleita, obtendo a maior votação dentre todos os vereadores, o que a conduziu à presidência da Câmara no biênio 2004–2005. Filiada ao DEM, candidatou-se novamente em 2008, sendo reeleita com 4.484 votos.

Jornal A Semana – Por que a senhora deseja ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa?

Lúcia Rocha – Eu tenho mais de 20 anos no exercício do mandato de vereadora e sempre pautei as minhas legislaturas de forma a compreender as necessidades da nossa população, transformando-as em ações sociais reais, promovendo o fortalecimento do ser humano nos campos de atuação e principalmente organizando-o em sindicatos, associações de moradores, igrejas, grupos culturais e em outros tantos movimentos que agregam o cidadão e a cidadã conquistense. Consciente que sou da limitação de atuação do vereador e tendo o privilégio de receber o convite dos amigos, correligionários e do meu partido para ser candidata a deputada estadual, percebi que este momento era importante para que eu ampliasse as minhas ações com formulações de projetos robustos e concretos, com embasamentos técnicos, para que assim possamos juntos, eu, meu partido e a população regional, cobrar a efetiva participação do estado no crescimento do Sudoeste da Bahia. Sei do meu papel e digo agora e de forma definitiva: nunca fugir da luta e nunca fugirei. Tenha a certeza de que na Assembleia Legislativa esta brava mulher sertaneja vai ser uma representante à altura da nossa querida e batalhadora população do Sudoeste baiano.

AS – Como a senhora acha que pode contribuir com a implantação de políticas públicas nas áreas de educação e saúde na Bahia?

LR – Só quem anda, conversa e convive diariamente com a população mais carente sabe da realidade, das dificuldades e reivindicações do nosso povo. Organizar a sociedade seria o primeiro passo para esta transformação social. O segundo momento seria a realização de pesquisas reais e o entendimento científico das necessidades. Após essa primeira etapa, vamos buscar soluções. Mas desde já antecipamos que não é didático que tenhamos salas multisseriadas. Na saúde, vislumbramos o fortalecimento do Programa de Saúde da Família (PSF), para que possamos ampliar a saúde preventiva e assim evitarmos as longas filas nos hospitais na busca de uma saúde curativa.

AS – A Bahia tem hoje um agravamento nas questões relativas à segurança pública. De que forma o legislativo pode contribuir para que esse problema seja resolvido?

LR – Como é do conhecimento de todos, o deputado estadual tem as funções de legislar e fiscalizar. Para fiscalizar irei montar uma equipe de assessores para que possamos contribuir na busca de irregularidades na atuação do Governo do Estado, sem revancismo e nem personalismo. Para que possamos fazer projetos efetivos no campo da segurança pública, iremos buscar especialistas, militares, entidades organizadas e cientistas sociais com o intuito de promover não só a subjetividade do papel, mas também ações concretas perante a sociedade.

AS – Vitória da Conquista tem uma população superior a 310 mil habitantes, cerca de 205.600 eleitores, mas a representação política do município na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa do Estado ainda é muito pequena. Na opinião da senhora, isso se deve a que?

LR – A sociedade, por desalento e desconfiança nos nossos políticos, tem se afastado das discussões partidárias e do fortalecimento das entidades ligadas ao mundo eleitoral. Nós postulantes temos que resgatar este eleitorado e convencê-lo de que só votando em candidatos da nossa terra é que iremos poder fortalecer e reivindicar as ações da União, do Estado e do Município na nossa região. O povo tem que entender que só temos duas maneiras de conquistar as transformações: um seria através das mobilizações sociais; a outra seria através do voto, este é o bom caminho, este é o bom combate. Contamos também com a divulgação didática da imprensa para concretizarmos esse objetivo.

AS – Qual a sua expectativa com relação às eleições deste ano para presidente da República, Governo do Estado e, principalmente, para a sua eleição?

LR – Eu sou uma política de partido, o meu partido tem os seus candidatos e neles aposto os meus sonhos. Tenho a expectativa de uma vitória ampla começando por mim como deputada estadual até o presidente da República. Segundo pesquisas, temos uma boa vantagem nas intenções de voto, mas isso não significa que vamos cruzar os braços, muito pelo contrário, tenho a convicção plena de que o tamanho da nossa vitória representará a força do meu mandato dentro do parlamento estadual.