Política Brasil 2010

Paulo Pires é um observador da política nacional

Por Paulo Pires

Quente                                                           

Pelo andar da carruagem, uma das eleições mais quentes está no Estado do Paraná. Beto Richa [PSDB] caiu na besteira de requentar uma acusação de compra de fazenda no estado do Pará pelo adversário Osmar Dias [PDT].  Esqueceu que o Ministério Público já havia se pronunciado sobre a licitude  da operação. Conseqüência: Levou seu mais forte correligionário no estado, o senador Álvaro Dias [irmão de Osmar] a ir para a televisão e dizer que, diante do acontecimento, tinha que defender seu irmão senão ficaria sem condições de defender qualquer paranaense que fosse injustamente atacado. O senador Álvaro disse mais: “Vou votar em meu irmão”.  Realmente o Paraná é o estado brasileiro hoje  onde a Política parece um vulcão em atividade.

Fria, muito fria 

A campanha em Pernambuco, governo do Estado, parece ser a mais fria dos últimos 60 anos. O Estado, que sempre teve brigas acirradas, este ano não está dando nem gosto acompanhar a política. O governador Eduardo Campos vai dar uma goleada no velho e respeitado senador Jarbas Vasconcelos como este jamais havia imaginado. Jarbas é respeitadíssimo pelas posições, pela honorabilidade, pela história. Mas nada disso conta ao seu favor. O povo parece  pouco ligar  para o passado honroso dele. O fato é que o neto de Arraes [Eduardo Campos] está dando um sapeca Iaiá [como diz Mac Donald] no velho político que dá até pena. Prá não dizer que a política lá está sem graça, a disputa pelo Senado traz um pouco de calor ao pleito.

Morna, meio morna

 Na Bahia a coisa está meio devagar também. O candidato Paulo Souto, duas vezes governador do Estado, entrou num processo de queda eleitoral que ninguém sabe explicar. Souto não foi um governador tão ruim assim. Mas está apresentando uma rejeição que não tem cristão que saiba explicar. Por outro lado o candidato Gedel Vieira Lima, o intrépido Gedel, sobe nas pesquisas, mas não tanto quanto se pensava que subiria. É uma pena. Se o governador Wagner continuar subindo assim, para alguns segmentos do Estado isso será péssimo. Na vida diária dos baianos, o segmento dos funcionários públicos do Estado não está nada satisfeito com o Governador. As políticas de gestão de pessoas no Estado são incrivelmente danosas à vida funcional dos servidores. Se o governador for reeleito com a folga que as pesquisas apontam, certamente sentir-se-á mais confortável ainda para tratar os servidores públicos do estado com a mais absoluta frieza.  

Morna com deboche

Em São Paulo, o antipático senador Aloizio Mercadante [PT] está dando sinais de vida, mas o segundo turno é pouco provável.  A disputa mais acirrada fica por conta da corrida para o Senado. Pena que bons nomes para o pleito não concorram naquele Estado. Curiosamente a figura central da campanha no Estado é o senhor Tiririca. Imaginem aí um Estado com a grandeza de São Paulo, mandando para o Congresso um pensador com a exuberância sapiencial de um Tiririca. Como ele diz: êita deputado lindo…!

Trairagem das Gerais

No Estado de Minas, Aécio Neves fez aquilo que o Brasil inteiro sabia que ele ia fazer: Ignorou sorrateiramente seu companheiro de partido José Serra. Vingança ou inveja?


Os comentários estão fechados.