Por Paulo Pires
O ganhador do prêmio Nobel de Literatura 2010, Mario Vargas Llosa [peruano] esteve em São Paulo. O homem deitou falação sobre um buquê temático que englobou diversos assuntos, principalmente política, diplomacia e literatura. Conforme o Estadão de São Paulo:
“Vargas Llosa falou de política e de literatura em São Paulo, num encontro com funcionários da Editora Abril, antes de viajar para Porto Alegre, onde era convidado do seminário Fronteiras do Pensamento. Na palestra de São Paulo, conduzida por Ricardo Setti, o escritor disse que o Brasil “é visto como um exemplo a ser seguido”.
“O presidente brasileiro, segundo ele, “teve uma evolução notável” na política interna. “Há no Brasil um desenvolvimento que impressiona o mundo inteiro, conduzido por posições democráticas admiráveis”. O Nobel ainda elogiou o presidente brasileiro por ter respeitado a democracia e aplicado na economia fórmulas da social-democracia”.
“Mas lamentou segundo o site da BBC Brasil, que Lula “não tenha uma política internacional equivalente” – referência à aproximação entre o presidente brasileiro e o iraniano Mahmoud Ahmadinejad. “Lá estão atirando pedras em mulheres adúlteras”, comentou. “Como vai legitimar um tirano assassino que representa uma forma anacrônica de fanatismo?” Para Vargas Llosa, “há razões políticas, geopolíticas, mas não há razão ética ou moral que justifique esse tipo de esquizofrenia na conduta de um governante.”
“Desconcertado”. Às vésperas de lançar no Brasil um novo livro, O Sonho do Celta, o autor peruano, de 74 anos, falou também de outros temas que lhe são caros – Cuba, o desmonte do comunismo, o liberalismo, a literatura. Disse sentir-se “desconcertado, entristecido e indignado” com a decisão do presidente brasileiro de encontrar-se com o líder cubano Raul Castro, no exato momento em que um dissidente, Orlando Zapata, morria em greve de fome. “Por que um democrata no Brasil vai abraçar um ditador repelente como o Sr. Castro no mesmo momento em que está morrendo um dissidente?”, “cobrou ele”.
Nossa coluna parabeniza o senhor Vargas Llosa [pelo prêmio], ao mesmo tempo toma a liberdade de fazer contraposição aos seus comentários em relação aos relacionamentos [notadamente comerciais] do Estado brasileiro com o iraniano. Diz o laureado escritor ser inadmissível que o Brasil mantenha relações com o governo do senhor Ahmadinejad, posto ser este governante condutor de um país que ainda “atira pedras em mulheres adúlteras”. Isso é verdade. O grande escritor esquece-se, entretanto, que ao Lula não compete chegar ao seu colega iraniano e “mandar” que ele extinga essa prática [milenar] da antiga pérsia. Será que ao presidente Lula cabe essa atribuição? Cremos que não.
Outro contraponto que fazemos em relação ao pronunciamento do senhor Vargas Llosa refere-se às suas observações quanto a nossa Diplomacia, nossas Relações Internacionais. Neste ponto acusa o senhor Lula de pratica uma política externa esquizofrênica. Consideramos isso hilariante porque, a nosso ver, se há pessoas com fortes sintomas de esquizofrenia estas estão principalmente nos Estados Unidos. A todo o momento grande parte dos americanos vê os mulçumanos como terroristas, quando na realidade qualquer pessoa medianamente bem formada sabe que é justamente o contrário.
Mas não é impossível compreender as criticas do grande peruano. Ao vasculharmos sua biografia constatamos sua atuação como professor em Universidades Americanas. Logo, estamos diante de uma personalidade influenciada há muitos anos pela “informação” maniqueísta da Imprensa Ocidental, mormente a de Nova Iorque e de Washington. Opinião é opinião. Ele deu a dele e nós damos a nossa. Mas deploramos a manchete pinçada pelo Estadão de São Paulo, onde o hierático jornal esconde os elogios ao Brasil e Lula, para enfatizar apenas o lado “esquizofrênico” do Sapo Barbudo. E a esquizofrenia dos Mesquita para falar mal de Lula, aonde fica?
5 Respostas para “Política Brasil”
Dárcio
Parabêns ao professor Paulo por essa matéria importante, para informar as pessoas que nem sempre um prêmio demonstra que o premiado seja dono da razão,e esse jornal tendencioso…,infelizmente alguns setores da impressa são assim; verdadeiros mercenários…um abraço
Maria das Graças
Para o Paulo Pires, qualquer opinião oposta as “grandes idéias” do lula, lhe causa pruridos. Sómente as vaquinhas de presépios são benvindas.
PAULO PIRES
Maria, “as grandes idéias de Lula” tiraram o Brasil daquele inferno em que vivíamos. Lembra?
Bastava a Argentina espirrar e o País pegava Pneumonia.
Fala sério: Tu “quer” voltar àquele tempo?
Tás brincando…Pense no ´País minha amiga.
Saudaçõe
Paulo Pires
PABLO LUZ
Isso mesmo professor: alguns autores realmente não sabem separar o fator do costume secular das regiões desse mundo e sem sutileza acabam falando o que se viu em Llosa. O que ele falaria a respeito do seu comentário em? Acho que iria tem um beeelo pepino na mão!
Todos os dias quando acordo entro no site da globo e vou no link da CBN. Lá alguns colunistas expões idéias e comentam sobre diversos assuntos numa fala de três a quatro minutos e que podem ser ouvidas com simplicidade, o professor já viu? Pontos de vista do brilhante Max Gehringer, Mauro Halfeld, Miria leitão entre outros. Gostaria de ver o modelo aqui no blog sendo utilizado com sua fala professor: é uma sugestão!
Sei que alguns comentários são tendenciosos e nosso filtro deve estar bem apurado e ouvir diversar opinões para formar a nossa.
Gostaria que o professor entrasse na CBN e ouvisse dois comentários recentes de Arnaldo Jabor (O medo das privatizações: Dilma ataca e Serra hesita em defender) e (As UPPs e o mundo paralelo dos bandidos).
Algumas pessoas dizem que privatizar é ótimo porque as privatizadas se desenvolvem mais do que quando estão na mão do Estado e outras dizem que privatizando entrega-se algo que poderia gerar recursos para a sociedade se fosse mais desenvolvido e acompanhado pelo Estado.
Desejo que, se possível, o ilustre professor se posicione com uma coluna a respeito do tema privatizações com a sua nobre opinião.
Aguardando, Abraço!!
PABLO LUZ
Professor, no lugar de “As UPPs e o mundo paralelo dos bandidos”
na verdade é “Candidatos temem falar sobre privatizações”!