Água. O socorro de 22 mil flagelados da seca que chega em carros-pipa é mais valorizado nessa época do ano que o tradicional feijão-com-arroz nas comunidades da zona rural de Vitória da Conquista. A razão está nos tanques, cacimbas, aguadas e reservatórios vazios depois de seis meses sem chuvas regulares e nas lavouras ressecadas, sem chance de recuperação este ano e nos três primeiros meses de 2011. Todos enfrentam o mesmo dram acíclico, mas o quadro é mais crítico nos distritos José Gonçalves, Iguá, Bate-Pé, Pradoso, Cercadinho, Inhobim e São João da Vitória e em pequenas localidades que abastecem o mercado consumidor na sede compro dutos de subsistência. No povoado de Furado da Roseira, no distrito de José Gonçalves, o lavrador José Pereira Santos, 70, lamenta o fim de um açude, construído em1980 e que, pela primeira vez, ficou completamente seco. “Além da falta de chuva, o açude não passava por manutenção e acabou morrendo”. Para tentar reduzir o impacto da perda na produção, que segundo o Sindicato dos Trabalhadores Rurais já chega a 70% no campo, a Prefeitura de Conquista, em parceria com o Ministério da Integração Nacional e o Exército, deslocou 23 carros-pipa para atender a 179 comunidades, com distribuição diária de 20 litros por pessoa. Os gastos no combate à seca exigem recursos de R$ 300 mil mensais. De acordo coma coordenadora da Defesa Civil, Rosângela Freitas, além da distribuição de água por carros pipa, é feita a implantação do sistema de abastecimento de água nas comunidades Itapirema, Choça, São Joaquim, Laranjeira, Itaipu, Pedra Banca e Dantilândia. O longo período de estiagem está provocando a alta de produtos essenciais na cesta básica. Um deles é o feijão-carioquinha, cuja saca de 60 quilos saltou de R$ 130 para R$ 210 em pouco menos de duas semanas. A alta de mais de60%tambémestá atrelada à falta de estoque regulador local, o que faz com que os atravessadores especulem como feijão adquiri do em regiões distantes do Planalto de Conquista, como Guanambi, a 290 km, e até Goiás, cujo município mais próximo fica a mais de mil km. Nas barracas da Central de Abastecimento de Conquista (Ceasa), o preço do quilo do feijão se aproxima de R$ 4,50 e em alguns supermercados, a depender damarca e da embalagem, o valor é superior a R$ 5. “Até 20 dias atrás, a gente ainda achava por R$ 2,50 ou R$ 3, mas agora virou ouro”, comenta o comerciante José Bastos Meira. As informações são do A Tarde.
Estiagem se agrava depois de seis meses sem chuva
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