Se aqui estivesse, a querida Professora Celina de Assis Cordeiro estaria completando 100 anos de idade. Um centenário bem vivido, permita-me, doravante, utilizar dessa licença poética. Certa vez, alguém disse (ou teria escrito) que um artista, através de suas obras, vive para sempre, nunca morre. Aqui, copiando esse dizer, afirmo que a querida Tia Celina (eu a tratava assim) ACABA de completar 100 anos, pois ela viverá, para sempre, através de suas aulas (a obra prima de sua vida) na lembrança de seus ex-alunos (entre os quais me incluo), de sua família e, também, na lembrança de seus amigos. Ao externar esses meus dizeres, fico pensando o que é completar 100 anos de existência. 100, 96, 60 ou 30 anos, sejam quantos forem, só valem a pena se, ao olhar pra trás, valorizou-se mais o ser do que ter. Minha mãe (Dalva |Flores), de saudosa memória, dizia que “só vale a pena viver se a vida for gasta em benefício do outro”. Um exemplo desse pensamento foi a passagem de Tia Celina nesse plano da existência humana. E ela foi esse verbo SER, no mais escondido de seu significado. Foi em cada gesto de seu viver. Foi quando falou, quando sorriu e até mesmo quando se calou. Foi e continua sendo, na vida de cada um de seus filhos (Cláudio Cordeiro, Maria Luíza, Eduardo e Maria Inês). Continua sendo, na memória de sua família, de seus alunos e de seus amigos. lgumas pessoas deixam rastos de luz por onde passam. Tia Celina foi uma dessas pessoas. Fisicamente pequenina, ela deixou essa luminosidade de tamanho, diriam os matemáticos, inversamente proporcional ao de sua estatura. São ensinamentos que direcionam a vida de muitos. Direcionam a vida de seus filhos, tenho certeza e, também, as vidas de tantos quantos tiveram o privilégio do seu convívio. Tive a extrema honra de estar entre eles. Tia Celina, em nome de muitos lhe digo:
Muito obrigado!
Que Deus lhe devolva a luminosidade do que foi a sua existência!