Por Ezequiel Sena
Seguramente um marco histórico para a Capital do Sudoeste da Bahia, os seus 170 anos de emancipação política administrativa. E o que mais impressiona é a velocidade do seu desenvolvimento – a cidade parece passar por uma séria variação de identidade –; a rapidez de transformação que a envolve materializa-se como se fosse uma ajustada metamorfose urbanística. Uma realidade que surge, um formato novo se configura, a nova era do virtual e da eletrônica, da beleza e da riqueza, mas, infelizmente, também, da atroz inimiga dos novos tempos: a incontrolável violência. O gigantismo atingiu a capital da pecuária e do café; o mundo do comércio invadiu becos, avenidas e ruelas – antes ocupados por casarios antigos –, abriu espaço para prédios, lojas, bares, restaurantes e magazines. Os bairros periféricos viraram cidades e ficaram independentes. De tudo se vende e se acha, aqueles residentes nas Vilas Serranas ou na Urbis VI, sabem do que estou falando, pois estão muito bem servidos de supermercados, panificadoras, farmácias, açougues tão equipados e abastecidos que sequer dependem do centro comercial para sobreviverem. E tudo isso nos dá a sensação de estar vivendo em um ambiente que encara o futuro de frente enchendo de orgulho a quem nele reside.
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Pois é. Aquela romântica e agitada província dos ‘Peduros e Meletes’, lideradas pelos coronéis e famílias tradicionais “Gugé, Moreira, Gusmão, Ferraz, Flores, Sales, Correia, Mendes, Leite, (…),” – como bem registraram os historiadores Rui Medeiros e Aníbal Viana –, não existe mais, faz parte tão somente da narrativa histórica e dos nossos antepassados. O veloz crescimento do município recomenda novos caminhos, novos hábitos e novas atitudes. E não poderia ser diferente, a vitrine do sertão baiano desfruta de uma situação geográfica privilegiada, quem vai para o sul ou para o norte tem que por aqui passar. Nesse trajeto muitos terminam ficando e engrossando as fileiras de sua população e o reflexo disso são construções e mais construções, bem como incontáveis reformas. O bairro Candeias, por exemplo, troca de plumagem a todo instante. Saí o matagal entra arranha-céus e condomínios de luxo, cada mansão mais bela que a outra e a imponência de indumentárias nos edifícios nem se fala.
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O efeito previsível do desenvolvimento tem como consequência natural à evolução; um prolongamento do tempo lastreado pelas modificações provocadas pelo homem. Como bem define o urbanista Lúcio Costa (1902-1998): “As cidades não mudam, quem muda são as pessoas. As cidades se transformam por vontade e exigência da pessoa humana”. Vitória da Conquista, apesar da expansão que a elegeu como a terceira maior cidade do estado – somou o ultimo censo 300 mil habitantes –, ainda conserva forte característica interiorana, dessa forma reflete uma paisagem urbana fascinante e um clima adorável. Os futuristas apostam que logo, logo será uma capital. Também considerada um dos maiores pólos acadêmicos da Bahia, atraindo estudantes de vários estados da federação. Nas artes como no campo literário uma imensurável capacidade de produzir talentos, dentre tantos, temos à frente os filhos mais ilustres Glauber Rocha e Elomar Figueira de Mello que se notabilizaram mundialmente.
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Mas é no comércio que tem a sua força maior. E não foi à toa que a Veja, na última edição de agosto de 2010, destacou numa reportagem especial de 47 páginas, sob o título “O Brasil que já deu certo”, que Vitória da Conquista, entre 2002 e 2007, alcançou uma taxa de crescimento econômico de 8,6%, ficando entre as 10 primeiras do País. Ainda, segundo a Revista, Conquista situa entre as 233 cidades brasileiras que se transmutaram em locomotivas do desenvolvimento nacional e ainda aponta como uma das cidades brasileiras que avança ao posto de metrópole. Evidente que carece de muita coisa, em meio as mais emergentes: um centro de convenções e um aeroporto, até porque o atual não mais atende as necessidades da região. O governador Jaques Wagner, em entrevista dia 22 de outubro último, garantiu que um novo aeroporto será uma das suas realizações dos próximos quatro anos. Tomara.
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Muito se fala e muito se escreve sobre esta terra e não foram poucos os autores que encantaram com a beleza e o calor humano do seu povo. A cidade do futuro é também a cidade do presente, nesta data especial ela vive um momento de avanço esplendoroso. Uma trajetória de perspectiva, limites e esperança. Aliás, presencia a emergência de uma nova estratificação social e um processo de formação de mais uma afinidade que emerge e rodopia em si mesma, como toda cidade de grande porte. Nesse ritmo, seus habitantes vão se adaptando à essa nova realidade que aprenderam a chamar de progresso. Salve o 09 de novembro!
3 Respostas para “170 Anos de Vitórias e Conquistas”
Silvio Moreno
Artigos como este engrandece a minha terra. Fico feliz quando leio algo tão lindo assim. Parabens minha Conquista querida.
Paulo
Parabéns !!!! Vitoria da Conquista….pelas conquistas nesses 170 anos.
Rubevaldo
Parabens Conquista, tanto pelo progresso como pelos seus filhos nativos e adotivos,
Parabens professor pela passeio na historia de Conquista.
Rubens