História dos Prefeitos de Conquista

Por Luis Fernandes

Foi eleito em 15 de novembro de 1988 com o apoio de Pedral Sampaio. Em 1º de janeiro de 1989 assumiu a Prefeitura estendendo seu mandato até 31 de dezembro de 1992. Murilo fez uma administração, que se não despertou tanto entusiasmo, também não fora desprezível. Oficializou a micareta (que se tornou nacionalmente conhecida). Hoje, quando se analisa qualquer administração anterior à do PT, a tendência é deslustrar governos que antecederam Guilherme Menezes, como se GM fosse o marco zero (Guilherme não precisa, todavia, desconstruir realizações do passado para marcar seu lugar na história, que parece garantido). Não foi bem assim. No tempo de Murilo a cidade era limpa e havia uma preocupação com as praças, jardins e espaços públicos de lazer e convivência social, através do projeto “Bela Cidade”. Murilo fez o estádio da Zona Oeste, o “Murilão”, as feiras cobertas do Alto Maron e da Patagônia, a Praça Desembargador Mármore Neto e o Hospital Esaú Matos. Pode-se até apresentar uma lista de obras em defesa da administração de MM, mesmo não tendo nenhuma notória; nenhum opositor, entretanto, poderá dizer, sendo justo, que foi uma administração desprezível. Queria fazer de Vitória da Conquista a Curitiba do Nordeste. Não pôde. Teve um governo complicado, que não conseguia sequer pagar os funcionários. Chegou a inventar dinheiro, ressuscitando os antigos vales (que funcionaram bem antigamente, quando todo mundo podia ser freguês da “venda”, do armazém da esquina). Nos tempos de Murilo (e de Sarney) a inflação era alta para todos. Para os funcionários da prefeitura ainda maior. Os salários saíam atrasados e desvalorizados. Com o vale-compras Murilo pensou ter resolvido as coisas. O lado da prefeitura, talvez. Mas servidores e funcionários passaram mal, mesmo com o arremedo de dinheiro inventado. Quando iam ao supermercado ou à farmácia com o famigerado vale, ficavam sabendo que as mercadorias, para os barnabés municipais, tinham 20%, 30% de majoração. Argumento dos comerciantes: só conseguiam trocar os vales por moeda tonante depois de 60, 90 dias. A inflação eles tiravam dos salários dos “barnabés”.

Solenidade de conclusão do curso ginasial no “Ginásio  de Vitória da Conquista”, em 1958. Murilo
 foi o orador da turma

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