Cadete: De lambe-lambe a fotógrafo digital

 

Por Luís Fernandes

Entre os nordestinos que vieram para Vitória da Conquista a partir da segunda metade da décda de 40 está o paraibano Antônio Francisco da Costa Neto ou simplesmente Cadete, como é chamado, natural do município de Uiraúna (Paraíba), onde nasceu no dia 27 de maio de 1933, no “Sítio Gracejo”. Aos 8 anos de idade foi morar no “Sítio Coaty” e, depois, no “Sítio Bom Jesus”, ambos no município de Luiz Gomes, no estado do Rio Grande do Norte, onde trabalhava na lavoura e, nas horas vagas, aprendeu os ofícios de carpinteiro, artesão de couro e alfaiate.  Em 1954 iniciou-se na profissão de fotógrafo ambulante, o famoso “lambe-lambe”. Aperfeiçoando-se, porém, no ofício, viajou algum tempo tirando retratos e vendendo ampliações. Em 1956 casou-se com sua prima, D. Ozelina Fernandes Duarte, com quem teve quatro filhos (Clodovaldo, Clodoaldo, Clodomar e Clodege). Ao casar-se foi morar no município de São Miguel, no estado do  Rio Grande do Norte, onde fundou o “Foto Rápido Ideal”. Em dezembro de 1957 transferiu-se para a cidade de Jaguaribe, no Ceará, onde fundou o “Foto Cadete” (com “C”). O nome foi uma sugestão mística (as dez letras reportava ao “Arcanjo 10”, que significa “humilhar-se para crescer” ou “crescer se humilhando”, daí viria seu futuro slogan “dez letras a serviço do povo”). Depois de trabalhar quatro anos como “lambe-lambe” (de 1954 a 1958) teve seu primeiro contato com Vitória da Conquista em 1959, quando em viagem para Brasília (ainda em construção) passou por aqui e, aproveitando o espaço de tempo da estadia, resolveu vender peças de ouro no centro e tirar umas fotografias. Gostou tanto da cidade e de seu povo que resolveu não seguir viagem. Desta cidade foi à festa da “Gruta de Ituaçu”, vendeu o restante das peças de joalheria e mais 25 ampliações fotográficas, voltando depois a São Miguel. Em 1960 mudou-se para a cidade de Pereira, no mesmo estado e, meses depois, para Campina Grande, novamente na Paraíba, onde morou até 1969. Para lá foi morar por causa de familiares de sua esposa e também porque a mesma pessoa que o aconselhou mudar o nome do “Foto Rápido Ideal” para “Foto Cadete” lhe dissera que teria sucesso na vida somente numa dessas três cidades: Campina Grande (PB), Vitória da Conquista (BA) ou Monte Azul (MG). Essa terceira opção ele só foi conhecer em 1990, mesmo assim só por curiosidade. No dia 1º de abril de 1970 chegou a Vitória da Conquista com família e tudo, onde trabalha como fotógrafo (Foto Kadete) e publicitário (Kadete Promoções) até hoje. Seu 1º trabalho em Conquista foi a exposição fotográfica das participantes do Concurso “Miss Conquista 1970”. Suas fotos foram expostas na Veigal (Veículos Galvão), agência de veículos de Ademar Galvão (onde hoje é a “Lojas Insinuante” da Praça Barão do Rio Branco) e no Clube Social Conquista. No ano seguinte (1971) realizou, com êxito, a “Exposição de Fotogenia da Criança”. Foram 200 quadros em duas exposições no Cine Riviera (1971 e 1974), só com crianças de 1 a 5 anos de idade. Com a idéia de educar seus filhos, foi residir temporariamente em Salvador, residindo na Rua Felipe Camarão, nº 155, Saúde. Voltou para Conquista em 1974, onde, pela segunda vez, realizou exposição de fotogenia da criança que obteve o mesmo sucesso da primeira. Seu 1º Foto em Conquista (o “Foto Kadete”, com “K”


Uma Resposta para “Cadete: De lambe-lambe a fotógrafo digital”

  1. Roberto Meira Alves

    Parabéns pelo Bolg,tenho muito orgulho de ter sido aluno do mestre Cadete, com quem trabalhei nos anos 70 em Vitória da Conqusta. Hoje tenho uma das mais conceituadas produtoras de vídeo e fotográfias na cidade de Santos, SP

    Roberto Meira Alves

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