Tudo acaba bem quando começa bem
Por Paulo Pires
O vídeo com pronunciamento da professora Amanda Gurgel do Rio Grande do Norte exibido pelo You Tube está dando o que falar. Não podia ser diferente. A sinceridade, a eloqüência, os dados reais, as imagens verdadeiras e as cenas descritas pela pedagoga provocam impressões fortíssimas em quem o assiste. É pungente e verdadeiro. Não diria verdadeiro demais porque a verdade nunca excede. Somos uma Nação jovem com um povo jovem e um grande defeito: A maioria das nossas estruturas ainda não está preparada para atender a um mundo complexo que requer e exige dignidade, agilidade, compromisso e menos veleidades. Percebemos isso quando terminamos de assistir a fala da professora. Chegamos a uma óbvia constatação: Nossos erros ainda estão muito presentes, nossas falhas são muito gritantes e os defeitos de nosso passado parecem nos perseguir como espectros da maldição de começar mal aquilo que deveria ter sido feito buscando o bem (tendo a perfeição como meta).
A professora expõe sobre suas angústias, aflições pessoais e sociais. Sua voz revela intensa carga emotiva juntando preocupação, sinceridade, dignidade e compromisso com o País. Pela fisionomia a mestra deve ser uma pessoa com pouco mais (se tiver) de trinta anos. Diria à colega, que infelizmente nossa Educação vai de mal a pior e dá-nos impressão de ser assim porque já começou cheia de vícios e erros desde a formação do primeiro Ministério, [14 de novembro de 1930]. Observem que só depois de 430 anos o Brasil teve instalado seu Ministério da Educação, que à época cuidava também da Saúde.
Os problemas começaram no nascedouro. Desde o início prevaleceram interesses que raramente se relacionavam com o aprimoramento da Educação. Os homens que idealizaram nosso primeiro Ministério já entraram no processo transformando o órgão [e a Educação] em uma disputa política. Eram movidos por questões onde o Poder Político e não a excelência Educacional constituía-se como ponto central da peleja. De um lado o senhor Francisco Campos, do outro Anísio Teixeira e Gustavo Capanema, mais adiante Lourenço Filho. Paralelo a eles estava o eminente professor Fernando Azevedo e outros que pareciam pouco afeitos a uma convergência para qualificar nossa Educação. Apesar de bem intencionados esses senhores jamais conseguiam se entender. Todos eles, homens de reconhecido valor, carregavam um problema seriíssimo: Incapacidade para abrir mão de suas vaidades e ambições pessoais. Essas se fossem abandonadas permitiriam mesmo nas divergências, oportunidade para criação de um Sistema Educacional aprimorado, para onde confluiriam as melhores idéias e as melhores contribuições de cada um. Lamentavelmente as brigas, as intrigas e o jogo do poder político jamais permitiram isso e o resultado é o que se vê hoje. Como disse o imprescindível Shakespeare “tudo acaba bem quando começa bem”. Não é [ou foi] o caso da Educação brasileira.
Política em Conquista – 2012
Ano que vem – pelo visto – teremos uma das campanhas mais disputadas de todos os tempos para a Prefeitura de Vitória da Conquista. Doutor Guilherme, firme como um jequitibá mantém-se tranqüilo no posto de Prefeito, tendo em torno de si quase todo o PT e parece ser o candidato natural da Legenda. Os que ainda relutam sobre a candidatura do atual Prefeito sabem que tentar emplacar outro nome que não seja o dele, não é apenas uma temeridade política, é uma imprudência filosófica a que nenhum Partido pode se dar ao luxo de cometer. Outro ponto positivo para o Partido dos Trabalhadores é que na hora do “vamos ver” o pessoal se une em torno do nome tirado pelo Diretório e estamos conversados. Claro que há alguns segmentos dentro da Legenda que fazem certas restrições aos relacionamentos que lhes são dispensados pelo Prefeito, mas ainda assim ao ser declarado o candidato, todos se unem em torno do nome escolhido.
Fontes autorizadas dão conta que o PMDB marchará com o nome sempre forte de Herzem Gusmão. O PSDB sai com o professor Claudionor Dutra e agora há um nome que está sendo cogitado: Doutor Valverde. No caso deste último, trata-se também de excelente nome com relevantes serviços prestados à nossa comunidade e uma inserção social das maiores em nosso meio. Contra ele pesam a pouca experiência política e a baixa densidade eleitoral. Se o médico Valverde fosse uma pessoa que declinasse seu nome ou estivesse filiado a um Partido há mais tempo, diria que Conquista lhe conferiria excelente votação. O dado real é que até 2012, muita água vai correr debaixo da ponte e outros nomes podem surgir. Um fato que ninguém pode esquecer é que no atual cenário Guilherme Menezes, nosso Prefeito, sai disparado por conta da tradição política, contribuição administrativa e um carisma pessoal raríssimo entre nossos políticos. Outro aspecto considerável é que até setembro do ano que vem, o Prefeito tem uma série de obras para inaugurar, todas da maior relevância e grande impacto na estrutura urbana da cidade. Algumas dessas obras (com prazo de mais ou menos um ano para serem realizadas) trarão enormes benefícios sociais e, portanto, se constituirão em verdadeiras catapultas eleitorais para quem está no Poder. Quem viver verá.
4 Respostas para “Pequenas Notas”
Valmor
Professor! Sério, pensei que este texto traria alguma contribuição. Pensei que ia abordar a educação em Conquista. No entanto, recai sobre a mesmice das deduções políticas. Porque você não abraça essa causa aqui em Conquista? Educação para crescer!
PETISTA ESPERANÇOSO
A reunião recente do diretório do partido foi uma clara indicação de que o PT conquistense ainda não apresentou o seu candidato para as leições de 2012!.O PT conquistense é muito maior em quantidade de militantes e influência politica que as 42 pessoas presentes áquela reunião.Fosse anúnciado o nome do ex-prefeito e deputado estadual.DR. JOSÉ RAIMUNDO FONTES, o salãoonde fora realizada á reunião estaria completamente lotado!.Temos tempo, as eleições serãorealizadas no próximo ano!O desgaste politíco como disse um “anônimo”, realmente existe.
PAULO PIRES
Walmor, meu caro
Nossa intenção é apenas relembrar o que ocorre quando uma coisa começa errada.
Futuramente, faremos considerações sobre a Educação em Conquista, que é vítima daqueles malfadados anos, onde a politicagem já preponderava sobre a Política. A construção da Cidadania e o Conhecimento Científico pouco interessavam aos donos do Poder.
Iniciamos a questão pela Política, porqe tudo é Política, meu amigo. Se houver políticos e políticas sérios, você vai encontrar Empreendimento, Programas, Planos e Metas sérios.
Se as Políticas se transformarem em politicagem, como foi no início para instalação do nosso Ministério e teve continuidade em décadas posteriores, a coisa degringola e não dá em nada.
Mas retornaremos ao assunto. A começar pelos Currículos Escolares que estão todos equivocados em suas postulações de conteúdos, posicionamentos de disciplinas nas matrizes curriculares, Metodologia do Ensino e Estratégias Didáticas. Precisamos inclusive criar um novo Professor (com remuneração adequada e incrível disposição para dialogar com as novas mentalidades produzidas pela Nova Sociedade).
Saudações do amigo
Paulo Pires
Valmor
Entendi a perspectiva. E parabenizo pelo desprendimento. Sucesso em sua caminhada.