De olho na prefeitura de Una, Gusmão Neto esnoba Dejair

Foto: Blog do Anderson

Jovem, jornalista, empresário e dono de uma habilidade política sem igual, Gusmão Neto é o responsável por uma articulação que está movimentando o cenário político no município de Una e promete causar muito rebuliço até as eleições de 2012. Ele está montando um grupo político na cidade com força capaz de enfrentar os medalhões locais. Ao que se sabe, Gusmão tem apoio de poderosos caciques da política estadual, que entrarão de corpo e alma na campanha deste novo grupo, o qual ele intitula como “terceira via”. Em uma entrevista exclusiva ao Jornal Agora, o proprietário do site Teia de Notícias não economizou nas críticas ao atual prefeito Dejair Birshner e chamou de “incompetência viva” a gestão do capixaba. Confira o bate-papo com Gusmão Neto que, aos 26 anos de idade, já fala como político grande.

 Como surgiu essa ideia de você entrar para a política em Una?

 Na verdade, eu sempre fiz parte da política unense. Sempre fui um amante da política e milito desde muito jovem, mas tudo sem pretensões eleitorais. Observo os movimentos políticos desde criança e participo de ações sociais em diversos segmentos da cidade. Agora, mais maduro entrei para tentar dar uma colaboração mais efetiva, mais visível, porque eu percebo que a colaboração que o poder público tem dado a Una está muito longe do que sua população merece. Muitas cidades do interior baiano pegaram um ritmo de desenvolvimento avançado, mas nossa Una não consegue acompanhar, por causa da ineficiência dos Executivos que passaram pela prefeitura. Diante disso, nós estamos articulando a criação de um grupo que tenha um perfil de renovação, que tenha pensamentos novos, o discurso do futuro. Se você observar, os unenses estão implorando por uma mudança, as pessoas querem algo novo e esse novo nunca deu as ‘caras’ até agora. Por isso estamos chegando para dizer à sociedade que agora sim existe um novo grupo em Una com propostas diferentes e com força para disputar a eleição de igual para igual.

E você é o candidato a prefeito desse grupo?

Nesse momento não estamos preocupados com o nome do candidato. Estamos em um momento em que a prioridade é encontrar pessoas de boa índole, com competência política e administrativa para levar o desenvolvimento às comunidades, sobretudo as mais carentes. O importante é dizer que surge agora na cidade uma terceira via que tem condições reais de disputar uma campanha forte. Vários vereadores já sinalizaram simpatia a esse projeto e temos ainda ao nosso lado um importante quadro da política unense que é o ex-delegado da cidade, o Tenente Carlos, que deve assumir a patente de capitão logo-logo, graças à sua competência. Além dele, estamos próximos de bons políticos como o ex-prefeito Davi Cerqueira, a professora Jane, que já foi vice-prefeita e vereadora e ainda vereadores que são muito fortes cada um em seu reduto, além de ex-vereadores que não estão exercendo mandato, mas ainda possuem muita força eleitoral. Então não tenha dúvidas de que desse grupo sairá o próximo prefeito de Una.

Vejo que você não cita o nome do atual prefeito Dejair Birshner e do ex-prefeito Zé Pretinho. Por que isso?

Porque o nosso objetivo é formar um grupo novo, com pensamentos diferentes. Não tenho nada pessoal contra Dejair e Zé, até porque não sou do estilo de misturar assuntos pessoais ou familiares a fatos políticos, diferente de muitos aí, que andam difamando a honra das pessoas. Zé Pretinho, por exemplo, tenho o maior apreço pela pessoa dele, gosto muito do Zé, inclusive somos muito amigos. Mas eles dois já tiveram a oportunidade de governar a cidade. Dejair por exemplo está no poder há quase 12 anos e eu lhe pergunto onde está o grande feito dele na cidade? Não há. A gestão de Dejair, me permita dizer, é a incompetência viva. Eu repito aqui o mesmo que disse a um blog da cidade: Una é campeã em devolver dinheiro dos governos Federal e Estadual porque não se dão ao trabalho de rabiscar um projeto no papel para comprovar o uso das verbas. Isso não se perdoa, porque é incompetência. A prefeitura não tem quadros técnicos. Os secretários são, em sua maioria, apadrinhados políticos, ou familiares do prefeito.

Mas Dejair anda dizendo que o asfalto da estrada Una/Colônia é um feito dele.

É mentira. A obra é do governo do Estado, através da Secretaria de Infraestrutura. Para se ter uma ideia, a prefeitura foi capaz de melar a única obrigação que tinha com esse asfaltamento, que é a de vistoriar o trabalho da empreiteira. A prova é que as obras estão paradas. Mais uma vez digo: incompetentes. Imagine se a atribuição fosse total da prefeitura? Acho que nem paralelepípedo eles conseguiriam colocar. Outra inverdade é que Dejair anda dizendo que o deputado dele Mario Negromonte é quem levou a obra. Digo que é inverdade só a nível de informação porque o secretário estadual responsável pela obra é Otto Alencar, que é o vice-governador da Bahia. Em resumo, o prefeito está se gabando de uma coisa que não é de alçada dele, nem mesmo do deputado dele.

Gusmão, o comentário na imprensa é que Dejair e Zé Pretinho podem ter seus registros de candidatura cassados pela Justiça. Se ambos ficaram de fora da disputa, você preferiria ser apoiado por qual deles?

Não gosto de falar nessa política do ‘Se’. Mas nossas decisões são tomadas em grupo. É o bloco unido que define os nossos rumos. A minha opinião pessoal é de que Dejair não soma para o grupo porque está demais desgastado, porque faz muito um péssimo governo. Ele tem a máquina na mão, mas não soma em nada, muito pelo contrário, ele tira voto. O amigo Zé Pretinho também está enfrentando uma barra judicial e espero que seja superada. Zé sim é uma pessoa popular e soma para o grupo, por isso aceitaríamos o apoio dele, mas de Dejair não. Isso eu falo por mim, não pelo grupo todo, é importante registrar. Aproveito para dizer que existe outra pessoa na cidade a qual faria muito gosto em ser parceiro. Nildo Som, militante do sindicato dos servidores, é um bom nome para chegar junto e tem voto de sobra para eleger-se vereador e um ótimo quadro para assumir um posto de vice-prefeito. Gostaria de tê-lo conosco.

O que você faria de diferente na Prefeitura de Una?

Nossa cidade precisa de uma pessoa com perfil político e ao mesmo tempo de administrador, o que são duas coisas diferentes. Precisa de alguém com competência para gerir a cidade, mas que tenha sensibilidade com as causas sociais. O povo de Una está com estima baixa e o prefeito precisa ter um olhar cuidadoso com essas pessoas. Una precisa de alguém que ao mesmo tempo que faz um ato assistencialista em um bairro pobre, saiba também projetar intelectualmente o desenvolvimento econômico-financeiro da cidade. Em Una, a Educação vai mal, a Saúde não está boa e a violência está um terror. Una é notícia constantemente devido ao tráfico de drogas ou crimes brutais. O empresariado de Una precisa de incentivos para gerar mais emprego, daí precisamos de quadros técnicos e penetração política para viabilizar esse desenvolvimento. Toda cidade consegue atrair um fábrica ou indústria para captar investimento e emprego, mas Una nunca consegue. E nao é por falta de recursos naturais, porque nossa terra é uma das mais privilegiadas. Tudo é por incompetência ou porque atuam na política em causa própria.

 Sabe-se da sua ligação com o PMDB dos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima. Soube que o partido vai investir forte caso sua candidatura seja efetivada. O que eles têm dito quanto a isso?

Geddel e Lúcio são grandes amigos. Eles têm interesse de sobra em investir na política de Una, pois eles são pessoas que conseguem enxergar o potencial da cidade e estão tristes, assim como eu, com o descaso das pessoas que passaram pelo poder no município. E Geddel tem muito serviço prestado no sul da Bahia, inclusive foi ele, dentre outras coisas, o responsável pela revitalização do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Una. Foi Geddel, enquanto deputado, quem levou o recurso para a aquisição de todo o material de ultima geração para a unidade. Além do PMDB, nós estamos montando uma frente suprapartidária para dar musculatura ao nosso bloco em Una. São mais de oito partidos que devem fazer parte de nossa coligação majoritária. Para mim, não importa se o partido seja do governo, da oposição, se seja pequeno ou grande. Pelo menos 10 deputados, amigos pessoais meus estão ansiosos com esse novo projeto. O meu pensamento é voltado exclusivamente aos interesses da minha cidade e conseguiremos um feito inédito na política baiana que será colocar no mesmo palanque pessoas consideradas adversárias a nível estadual, mas que deixarão as desavenças de lado em nome de um projeto importante para Una.