Minotauro lembra sucesso e agradece Pan do Rio

Do Terra Magazine

Antes mesmo dos contratos polpudos e de todo o glamour do UFC, Rogério “Minotouro” Nogueira vestiu as sapatilhas, subiu no ringue e testou suas habilidades no boxe olímpico. Experiência pouco duradoura, mas que serviu para forjar um dos mais talentosos lutadores da atualidade. O primeiro contato com o esporte veio na infância, influenciado pelo forte apelo do pugilismo na Bahia – Minotouro é filho ilustre de Vitória da Conquista -, e persistiu até os 15 anos, quando o jiu-jitsu brotou como tendência e promessa de sucesso mais imediato. Sem hesitar, mudou-se para o Rio de Janeiro, principal pólo da modalidade.

“Só quando vim para o Rio de Janeiro dei uma parada no boxe para me dedicar à ‘arte suave'”, lembra Minotouro. O segundo “flerte” com o boxe veio mais tarde. Escaldado com anos de luta no chão e já com um cartel respeitável no Pride, renomado evento de MMA e hoje inativo, Minotouro sugeriu um novo desafio. A ordem era afiar as mãos e se colocar entre os grandes do boxe olímpico brasileiro e, quiçá, sul-americano.

“Tive a sorte de reencontrar o Luiz Carlos Dórea (técnico de prestígio no boxe brasileiro) que me ajudou muito nesta transição. Ele já me conhecia e o que mais gosto no seu treinamento é que ele não tenta mudar o perfil de luta do atleta”.

Os treinos surtiram efeito instantaneamente. Alguns meses depois de recuperar o hábito pelo boxe, Minotouro levou o ouro na categoria até 90 kg nos Jogos Sul-Americanos de Buenos Aires, em 2006. Era o prenúncio de uma carreira próspera dentro dos ringues.

Em 2007, Minotouro era uma das esperanças de pódio para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Rio. Com uma campanha irretocável, “Little Nog”, apelido que ganhou por ser menos robusto que o irmão gêmeo Rodrigo “Minotauro” Nogueira, venceu as duas primeiras lutas com relativa folga.

Na semifinal, acabou eliminado pelo cubano Robert Alfonso, atleta com mais experiência nos ringues e que mais tarde viria a faturar o título. Como no boxe olímpíco não há disputa de terceiro lugar, Minotouro recebeu automaticamente a medalha de bronze.

“Faltou um pouco mais de experiência. Contei apenas com o período de dois anos para treinar boxe com a Seleção Brasileira, sendo que os atletas já tinham mais tempo no boxe com trabalho de base desde os sete anos de idade. Eu comecei aos 20”.

A premiação no Pan carioca abriu um novo horizonte para a carreira de Minotouro no universo das artes marciais. “Com certeza mudou (a popularidade). Ganhamos um reconhecimento maior das pessoas, não só por mim como também pelo atleta de MMA. Tive também mais acesso à mídia, algo que não acontecia no MMA”.

Mesmo laureado, Minotouro interrompeu a sua breve jornada no boxe. No cliclo de qualificação para os Jogos Olímpicos de Pequim, ele já sacramentara o regresso ao octógno. “(Em 2008) estava lutando fora do Brasil e tinha contrato de exclusividade com um evento no Canadá. Chegou um momento em que precisei me ranquear no MMA, que preferi, pois ainda teria que trilhar uma carreira no boxe”.

Se perdeu um pugilista com chances consideráveis de medalha em Pequim, o Brasil ganhou um de seus mais respeitados representantes na categoria meio-pesado do UFC.

Em agosto, Minotouro voltaria aos holofotes se não fosse uma insistente lesão no ombro que o impediu de fazer a luta principal do UFC 133, diante de Rich Franklin. Além de contar pontos na disputa pelo cinturão, hoje em posse de Jon Jones, o embate era encarado como a chance de Minotouro apagar as más atuações nas derrotas frente Ryan Bader e Phil Davis.

Ao blog Mano a Mano, do Terra Magazine, Minotouro não escondeu a desilusão em não cumprir o seu cronograma de trabalho. “Claro que estou triste, pois queria lutar. (…) a cada treino eu vinha me esforçando muito. Depois do duro que eu dei acontecer isso. Mas faz parte e não foi em vão”.


Uma Resposta para “Minotauro lembra sucesso e agradece Pan do Rio”

  1. Iran Profeta

    Rogerão não desista nunca e não fique triste não cara pois você ainda dara muitas alegrias ao nosso pais. Um forte abraço. Se você ler este comentário quando vier a conquista apareça aqui em casa você sempre bem vido irmâo. sucesso!!!

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