Um telefonema sobre a Fundação Esaú Matos

Por Edwaldo Alves Silva

Hoje, tive o prazer de receber um telefonema de Manoel, ativo e respeitado paroquiano da Igreja Rainha da Paz. Já participamos juntos de algumas lutas sociais e comunitárias, principalmente daquelas relacionadas à defesa dos Direitos Humanos e da Paz . Ele, é bem mais ativo porque milita no movimento social, eu, mais envolvido com questões de governo, tenho as limitações próprias da institucionalidade. Com o telefonema Manoel buscou acabar com o mal-entendido surgido com os discursos proferidos na 7º Caminhada Missionária pela Paz relativos ao Projeto de Lei encaminhado pela Prefeitura à Câmara Municipal, propondo a criação de uma Fundação Estatal Municipal para gerir a administração do Hospital Esaú Matos.

Com a franqueza de sempre, Manoel explicou que a Caminhada não teve intenções políticas e muito menos de promover um ato de protesto contra a proposta. A preocupação dele (e suponho do Pe. Valmir) era levar mais conhecimentos à população sobre uma questão que afeta a vida do povo, principalmente daqueles que precisam do Hospital ou dele venham a precisar. Lembrou ainda que a população que mora na Patagônia, Kadija e outros bairros não compareceu aos debates ocorridos, principalmente na Câmara Municipal, pela distância entre o prédio do Legislativo e essas regiões. E, ainda, ressaltou que em 2012 o tema da Campanha da Fraternidade será sobre a saúde do povo, o que torna ainda mais importante as propostas sobre a saúde pública. Manoel, repetiu o respeito e amizade dele, do Pe. Valmir e da maioria dos paroquianos da Igreja Rainha da Paz pelo Prefeito Guilherme Menezes e pelo trabalho que vem sendo desenvolvido pela Administração Municipal.

Aproveitei o telefonema para dizer que em nenhum momento os discursos proferidos na Caminhada foram recebidos como ataques ou agressões. Ao contrário, o prefeito Guilherme fez questão de entendê-los como opiniões sinceras, mesmo discordantes do governo, e, segundo meu entendimento, carentes de mais e melhores informações. Por respeitar e valorizar as opiniões do Pe. Valmir, figura humana notável e possuidor de uma belíssima voz, e, também, de Manoel, ousei argumentar algumas questões com o meu interlocutor telefônico. Lembrei que concordo em número, gênero e grau com as teses contrárias à privatização de empresas, bens e serviços públicos. Recordo a histórica luta contra a privatização da EMBASA desenvolvida pelo Governo Participativo. Alguém ignora que a Municipalização plena do SUS em Conquista foi uma prova cabal de reforço do serviço de saúde pública e definição dos serviços privados de saúde como complementares?

Creio que não há dúvidas sobre a nossa política de saúde pública. Claro, que não precisei apresentar esses dados para o Manoel, ele já os conhece melhor do que eu.

Ora, se não há polêmica sobre a nossa postura anti-privatizante, a questão se desloca para entender que a implantação da Fundação não tem nada de privado e busca melhorar o serviço público no Hospital Esaú matos, aperfeiçoando e agilizando sua gestão. Em primeiro lugar, não existe setor privado que não cobre, e contrariamente, todos os serviços do hospital continuarão a ser prestados com a total gratuidade instituída pelo SUS. Toda a Diretoria será designada pelo gestor público e o acesso dos servidores será por meio de concurso público. A administração descentralizada permitirá maior agilidade nas compras e na gestão de pessoal.

Hoje, após o telefonema tão esclarecedor e amigo de Manoel, escutei um programa de rádio onde o locutor, que é pré-candidato a prefeito, afirmar com a sua voz tonitruante: “ Em time que está ganhando não se mexe. O Hospital Esaú Matos é excelente, uma médica com gravidez complicada foi aconselhada a dar a luz nesse hospital. Não se deve mexer no que está bom”. E por ai foi o conhecido locutor.

Essa é a diferença entre nós e ele. Entre o parado e o mutável. Sempre achamos que se pode melhorar.
No próximo ano, com a gratuidade total, a nomeação dos gestores, a agilidade administrativa, a transparência nas ações e principalmente com melhoria dos serviços hospitalares ficará demonstrado que assunto de tão grande importância foi tratado seriamente por muitos, e, infelizmente, de forma deturpada e eleitoreira por poucos.

Edwaldo Alves Silva. 16.11.2011.


3 Respostas para “Um telefonema sobre a Fundação Esaú Matos”

  1. walmir vieira

    Essa prosa do Herzen nos causa náusea. Um politico perdedor sempre acha factóides para tentar tornar-se verdadeiro. Ah so nosso povo não fosse politizadO!!!!!!!!

  2. Joaquim Santana

    pelo jeito, politizado mesmo é o secretário de governo.

    mesmo com o pessoal subindo no trio e falando que a fundação cheia mal e que é para arrecadar dinheiro ele ainda tem a bondade de elogiar!

    É isso ai, Edwaldo! Politica tem que ser assim mesmo, acariciar o inimigo, ser carinhoso, tratar bem que ofende… Parabéns por esta nova visão que você está implantando.

    Joaquim Santana

  3. Leidiane Lima

    Olá Edwaldo,peço aqui Socorro e pelo Hospital de Base, sei que é de responsabilidade do governo do estado,mas fica o apelo aquele lugar o sim, precisa de com urgência de socorro!

Os comentários estão fechados.