Fotos: Thaís Pimenta
Por Thaís Pimenta
Apitos e sirenes acordaram o município de Macaúbas nesta manhã de sábado (7). Residentes e ex-residentes do Centro Universitário e Secundarista de Macaúbas (Ceusma) foram ás ruas em protesto à situação precária da instituição e o descaso do setor público perante esse problema. A passeata iniciou-se na Avenida Flores da Cunha, passando pelos pontos principais da cidade, entre eles, Prefeitura Municipal e Praça Imaculada Conceição, até a residência do atual prefeito, Amélio Costa Júnior (PSB). Com sede em Salvador, o Ceusma é uma instituição fundada em 1972, que atualmente abriga mais de 50 estudantes da cidade de macaúbas. Segundo seus moradores, a residência enfrenta sérios problemas de infra-estrutura, infiltrações, sanitários sempre inoperantes, esgoto a céu aberto. Além disso, reclamam da biblioteca instalada em um espaço pequeno e praticamente inabitável e da mobília comprometida. Em novembro do ano passado, a diretoria do Ceusma reuniu-se com o prefeito Amélio Costa a fim de procurar soluções para o problema. A prefeitura municipal iniciou, a partir de então, uma reforma no teto da residência, este que estava por desabar. “Reformas são maquiagens. Essa reforma frente com a situação atual não vem nos dar garantia de nada. Nossa preocupação maior é com os futuros residentes que vão necessitar do Ceusma, não queremos que passem pelas mesmas dificuldades que passamos”, afirma Raiana Pires, 22 anos, moradora.
“Casa nova já”, pediam as faixas. Segundo o atual presidente do Ceusma, Eron de Souza, a prefeitura disponibiliza de um terreno em Salvador, em que há tempo deveria ser construída uma nova residência. A respeito disso, Amélio Costa respondeu: “Para construir uma nova casa, precisamos primeiro vender a atual, e para isso precisa ter a documentação em dia. Além disso, é preciso ainda uma audiência pública, é a população de macaúbas vai opinar e decidir o que fazer com o terreno”. Segundo o prefeito, a questão da documentação é um problema antigo, vem desde a administração passada. “Quando a residência foi comprada não passaram a documentação para o nome da prefeitura, há apenas um recibo de compra e venda. Assim a divida do IPTU ficou toda no nome da antiga proprietária”, afirma.
“Para a manutenção da residência é cobrada uma taxa de R$ 85,00 reais de cada morador. Mas o valor não é suficiente, sendo preciso promover pelo menos, duas festas ao ano para ajudar nos gastos da casa”, explica o presidente do Ceusma. Atualmente a prefeitura contribui apenas com R$3.000 e com pagamento do salário da cozinheira.
“Todos nós residentes e ex-residentes, sábios dos problemas do CEUSMA, sabemos que a administração pública dessa cidade sempre teve plena condições de erguer o CUESMA sem que esta instituição passe tantos apertos, os quais abalam nosso emocional. Reformas, sinceramente, essas só nos faz enxergar uma coisa: falta de cumprimento com um dos princípios constitucionais que norteiam a administração pública, o principio da eficiência. Faltam ação e utilização dos meios para que essa realidade tão triste mude e atinja, verdadeiramente, algo satisfatório a todos nós: uma casa ampla e digna para melhor trabalho do nosso intelecto estudantil, bem como segurança e garantia aos que futuramente necessitarão do Ceusma. Salvem o CEUSMA! Salvem parte do futuro de Macaúbas!” (Trecho do discurso feito pelos residentes do Ceusma)
*Thaís Pimenta é estudante do 5° semestre de Comunicação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia