Bar do Liu: Fígado e Sardinhas
Por Leonardo Tavares
Fígado. Em Conquista, nos botecos, é fácil encontrar essa iguaria e mais fácil ainda de encontrar quem retorça a cara ao falar “Disso eu não gosto”. Acho que porque nunca comeram esse, um dos melhores Fígados da cidade, em minha opinião. O endereço? Quase em Frente ao estádio Edvaldo Flores, subindo a Av. Bruno Bacelar, no comecinho do Alto Maron. Lá, amigos se reúnem para papear e, seja com Cerveja (no estilo Boteco) ou uma pinga temperada, para comer o carro chefe da casa. Estreia hoje, na Coluna do Butecando, o Bar do Liu, que tem Liu como proprietário (sério?! Não brinca), pessoa de personalidade tímida, mas cordial e resenhista, se você puder fazer parte de seu ciclo de amizades. Os mais chegados têm lugar cativo no mural de fotos que fica exposto no bar, eternizando momentos de descontração e visitas ilustres. Flamenguista de coração e dono de um tempero sem igual, ele está sempre apto a servir seus clientes. Do Balcão para as mesas é um pulo, mas há quem fique por lá mesmo… Às vezes, se senta perto do freezer e às vezes na calçada – nada disso importa. Na TV pode estar passando DVDs ou mesmo novela – ninguém presta atenção. A ordem é papear e quem sabe – se der sorte – você pode encontrar, na estufa, a famigerada sardinha frita à milanesa que, com limão, é ótima pra acompanhar a cerveja. O bar funciona de Terça a Sábado de dez da manhã às dez da noite, mas isso depende do humor do dono que costuma por pra fora a galera do “Fica mais Tarde”. Lê-se: os Mais chegados e cativos no Mural.
“Vamo comer o Fígado de Liu?!” Frase batida e sempre dita no lugar onde os freqüentadores se comportam como a águia mitológica que devora o fígado de Prometeu, sabendo que amanhã tem mais. Sim, esse é o “Abre alas”, o “carro chefe”, o “Filé” do local é o Fígado! – Paradoxal. Mas não posso deixar de falar da Calabresa Caseira frita (com farofa e vinagrete) e da Língua Cozida (cortada e temperada de maneira tão peculiar que tem gente que come enganado). Vale muito à pena experimentar.
Na cozinha ou no serviço à mesa, ele reveza com Nalva, a sua esposa, que compartilha do mesmo tempero e trato com os clientes. Pessoa de pouca conversa, mas sempre gentil ao servir. O Preço?! De boteco, sempre. Digno da frase: Só isso?! – mesmo depois de passar a tarde toda comendo e bebendo.
Ambiente agradável e hospitaleiro onde se reúnem amigos, família e casais tirando o estigma de que boteco é coisa só de homem. Um lugar onde Fígado e a Sardinha reinam em uníssono?! – Bar do Liu é a pedida.
Tavares 512 – Colunista do Diário do Oprimido
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