PT abre processo contra prefeito flagrado em compra de votos

O prefeito de Itamari e candidato à reeleição Waldson Carlos Alves Menezes (PT), o Kçulo, flagrado em vídeos pagando R$ 2 mil pelo voto e o apoio de um eleitor da cidade, foi notificado ontem pelo Diretório Estadual do PT sobre a abertura de processo ético-disciplinar para julgar as denúncias. De acordo com o presidente do partido na Bahia, Jonas Paulo, a Comissão de Ética do PT será instalada na próxima quarta e Kçulo tem sete dias para apresentar defesa. Kçulo foi ontem à sede do PT na Bahia, no Rio Vermelho, acompanhado do deputado federal Sérgio Carneiro (PT), segundo o qual “as imagens foram obtidas de forma ardilosa e foram editadas”. O prefeito negou a compra de votos e defendeu que a gravação sofreu montagem. Segundo Kçulo, seus advogados já pediram a cópia original da fita à oposição na cidade, que é liderada por Valter Nêgo (PC do B), seu rival na disputa. “Só mostraram  quatro minutos e, segundo a oposição, o vídeo original tem 27 minutos”, afirmou. De acordo com a versão do petista, o agricultor Fábio de Souza Silva, para quem ele ofereceu dinheiro em troca de voto, é um amigo e não tem com ele “nenhuma relação política”.  A quantia paga a Fábio, na versão do petista, foi destinada à locação do carro do agricultor. “Ninguém ia comprar um voto com quatro mil (reais)”, argumentou.

O agricultor, no entanto, foi o próprio mentor dos vídeos e, atualmente, apoia o rival de Kçulo. O prefeito ainda tentou dar um novo sentido à metáfora feita nas gravações, quando afirmou que  “política é como uma feijoada, o dinheiro é o tempero, e o feijão é o voto”.

Agora, Kçulo defende que se referia a passeatas e panfletos. “Como você faz eleições sem passeatas e panfletos? Tem que ter o tempero”, tentou justificar.  Jonas Paulo ouviu ontem a versão do prefeito e afirmou que cabe à Comissão de Ética do partido julgá-lo. “É um fato público, o que já é suficiente pra convocar um processo ético-disciplinar”, afirmou.

Desde  sexta-feira, o caso também está sendo investigado pelo Ministério Público de Gandu e pela Polícia Federal. Informações do Correio.


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