Conquista: Autorrenovação de um projeto político?

Por Geraldo Reis

Os resultados das eleições do 2° turno em Salvador vêm demandando quase toda a atenção dos analistas políticos pelo Óbvio peso que tem do ponto de vista demográfico, económico, social e político. Entretanto, num momento em que o Partido dos Trabalhadores enfrenta grandes e novos desafios, considero de fundamental importância chamar a atenção para os resultados das eleições em Vitória da Conquista. Nessa cidade, o partido completou 16 anos consecutivos de gestão e caminha para mais um mandato que totalizará 20 anos. Assim sendo, cabe perguntar: quais as razões do êxito e da persistência de um projeto de poder local nesse município? Quais seriam os elementos que podem apontar para o esgotamento do mesmo? Quais as possibilidades de renovação desse projeto?

Desde o início da primeira gestão do PT, do então prefeito Guilherme Menezes (1997), hoje reeleito para um novo mandato, que o município notabilizou-se como referência na implementação de politicas públicas e boas práticas de gestão. Projetos como Conquista Criança, Banco do Povo, Grupo de Economia Popular (GEP) e prioridades para áreas como educação e saúde possibilitaram a transformação do social como um vetor de desenvolvimento económico. Outras medidas, aparentemente simples, como quebra do monopólio do transporte coletivo e implementação do orçamento participativo, ajudaram a conformar o que se acostumou denominar de modo petista de governar.

Contudo, tais conquistas passaram a fazer parte do cotidiano da população e foram internalizadas como direito, abrindo espaço para novos desejos e pleitos. Tal contexto demandou do prefeito subsequente, Zé Raimundo, uma nova inflexão na indução da estratégia de desenvolvimento, logo, novas prioridades foram acrescentadas, entre elas, elaboração do novo Plano Diretor Urbano, a modernização das grandes artérias de tráfego e a requalificação dos espaços e equipamentos urbanos – impactando na plástica e na estética da cidade.

Quando Guilherme Menezes retomou ao poder em 2009, a cidade já apresentava grandes transformações, consolidando-se como centro comercial e de serviços, atraindo riquezas e excedentes econômicos de uma vasta região, mas, também, acumulando gargalos e limitações na oferta de serviços públicos, causados, por um lado, pela limitada capacidade de arrecadação do município e, por outro, pelo crescente número de usuários. Novos agentes econômicos, novos atores sociais e novas gerações surgiram buscando seus espaços, seus diálogos e representações. Para se ter uma ideia destas transformações, basta lembrar que em 1999, inicio da série histórica, o PIB do município era de cerca de 700 milhões, com renda per capita em torno de R$ 2.700, enquanto que em 2009 o PIB chegou a 3 bilhões e 140 milhões e renda per capita de quase R$ 10 mil.

Apesar dos problemas naturais de uma cidade em crescimento e do desejo de mudança após de 16 anos de poder, Guilherme Menezes foi reeleito com relativa tranquilidade no 29 turno. Tal vitória se deu pela confiança e reconhecimento da forma transparente e ética com que o município tem sido conduzido ao longo deste período, e também porque há uma aposta no potencial de autorrenovação do projeto politico, abrindo perspectivas alvissareiras para o seu desenvolvimento.

Tais perspectivas podem ser visualizadas nos grandes investimentos que Conquista tem sido capaz de atrair, a exemplo dos 38o milhões em obras de saneamento através da Embasa, que farão com que a cidade atinja a marca de 90% de cobertura das unidades habitacionais. Outros 500 milhões investidos pelo programa Minha Casa, Minha Vida e a previsão de mais de 80 milhões para o novo aeroporto e de 90 milhões para obras de Mobilidade Urbana dentro do PAC II. Somam-se a esses aspectos os compromissos assumidos pela gestão municipal em prol da construção da Barragem do Rio Pardo e da criação da Universidade Federal do Sudoeste. Entretanto, é bom lembrar que a cidade não quer apenas endossar novas conquistas, quer construí-las coletivamente. As novas oportunidades estão postas.


7 Respostas para “Conquista: Autorrenovação de um projeto político?”

  1. conquistense

    Acho de suma IMPORTÂNCIA QUE O GESTOR REELEITO, CUMPRA O PROMETIDO EM CAMPANHA, MELHORE A AFERTA DE ATENDIMENTO EM TODO SERVIÇOS OFERECIDOS PELO SUS, REVEJA ESSE GRUPO DE SECRETARIADOS( PRINCIPALMENTE NA QUESTÃO DELES CONTRATAREM SÓ PESSOAS DO PARTIDO A QUAL ELES PERTENCEM, E POR PESSOAS HABILITADAS PARA AS ÀREAS); ABRIR CANAIS PARA O ESCOAMENTO DE ÁGUAS DAS CHUVAS E UMA MELHOR ATENÇÃO AOS ALUNOS DA REDE MUNICIPAL COMO: QUALIFICAR OS PROFESSORES PARA UM MELHOR DESENVOLVIMENTO NO ENSINO PARA OS ALUNADOS, PSICOLOGOS PARA INTEMEDIAR NOS CONFLITOS ESCOLARES COM HABILIDADES E ETC. ASSIM RETORNARIA A VOTAR NO PT. PQ SERIA BOM DE MAIS!

  2. RGS

    Sem mais comentários.TUDO VERDADE!

  3. Eduardo Cândido

    Caro Geraldo Reis
    Este seu artigo é um tanto equivocado em sua essência vejamos: quando você pergunta:
    QUAIS AS RAZÕES DO ÊXITO E DA PERSISTÊNCIA DE UM PROJETO DE PODER LOCAL NESSE MUNICÍPIO?
    Claro que poderia responder que o projeto do PT teve inicio, está tendo um meio e é lógico terá um fim concorda? ou será um projeto aos moldes de Fidel Castro em Cuba? No início houve resultados positivos, a cidade ganhou com esse projeto, todavia, vemos que há um desgaste natural,
    QUAIS SERIAM OS ELEMENTOS QUE PODEM APONTAR PARA O ESGOTAMENTO DO MESMO?
    R. O desgaste natural, vocês já não têm muita coisa para mostrar e creio que nestes próximos anos Conquista perderá e muito.
    QUAIS AS POSSIBILIDADES DE RENOVAÇÃO DESSE PROJETO?
    R. Com toda certeza nenhuma. Quando o senhor fala que ganharam fácil as eleições, creio que estão blefando, está falando para vocês mesmos, pois a realidade demonstrou outra coisa, se contarmos os votos nulos, em branco e abstenção, vocês perderam.
    Concluindo: Aproveitem agora pois este projeto não se sustentará nas próximas eleições. Conquista cresceu graças aos seus empresários.

  4. Professora Maria José

    Sobre a educação é necessário o prefeito ouvir a verdade que passa a educação ele pode começar ouvindo os professores sem a presença dos dirigentes da SMED.Pois ,só assim ele terá uma dimensão dos problemas educacionais e poderá redimensionar a rede possibilitandomelhora significativa do IDEB .Chega de fantasia precisamos enfrentar nossos problemas juntos,é preciso ouvir as pessoas envolvidas no processo educacional da cidade!

  5. Adelson

    eu creio que o grande desafio que o PT terá nos próximos 4 anos é provar para a população de Conquita que o seu projeto político não se esgotou, a final o concorrente de Guilherme obteve 40% dos votos,isso significa que uma grande parcela da população não estar satisfeita. Esperamos que os município continui atraindo tantos recursos federais como tem atraído e o governo do estado enxergue Conquista afinal não são muitas as obras estaduais que vimos na cidade.

  6. EMPRESÁRIO

    Concordo com o comentário que vi ontem, muito contudente,onde alguem falou desse projeto falido e desgastado do PT, mas, não entendo por que foi tirado do Blog rsssssss

  7. Luiz

    A cidade melhorou. Disso não tenho dúvidas, mas ainda é carente de grandes abras e projetos: novo aeroporto; a central de logística; os três viadutos sobre o anel viário; as barragens no Rio Pardo e no Catolé; a transformação do campus da UFBA em uma Universidade Federal do Sudoeste da Bahia; a revitalização do centro comercial; autonomia administrativa nos órgãos de segurança pública com a criação do CRP/Sudoeste e da guarda municipal; melhorias e modernização da iluminação pública; modernização de nossa rodoviária e do terminal transporte coletivo; um novo hospital regional. Esses são alguns desafios…

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