Operação Porto Seguro: “Se alguém fez alguma coisa errada tem que pagar”, afirma Wagner

Foto: Blog do Anderson

As investigações em torno da Operação Porto Seguro, que resultou na demissão de Rosemary Noronha do cargo de chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, na última semana, está dando o que falar no cenário político brasileiro. Em abril de 2009, Rose enviou uma lista de pendências para Paulo Vieira, apontado como chefe da organização desarticulada pela Operação Porto Seguro. E-mails interceptados pela PF mostram que Paulo pediu a Rose que marcasse uma audiência com Wagner em fevereiro de 2009 para Carlos Cesar Floriano, do grupo Tecondi, e Alipio José Gusmão, do grupo Formitex. Os dois estavam interessados em pedir incentivos fiscais ao governo baiano para reativar uma fábrica do setor químico no Centro Industrial de Aratu, na região metropolitana de Salvador. O negócio não se concretizou, segundo o gabinete de Wagner. Em Vitória da Conquista na última semana, o governador baiano disse ao Blog do Anderson que aguarda punição para os infratores, caso seja provadas irregularidades. “Acho corretíssimo, se tem uma suspeita ela tem que afastar para que as investigações prossigam e que nada atrapalhe a investigação. A nossa regra sempre foi essa no Lula, dela. Se tem algum problema errado nós vamos investigar, se alguém fez alguma coisa errada tem que pagar”, declarou.

Deflagrada no dia 23 de novembro pela Polícia Federal (PF), a operação Porto Seguro realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em Brasília para desarticular uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados. A suspeita é de que o grupo, composto por servidores públicos e agentes privados, cooptava servidores de órgãos públicos também para acelerar a tramitação de procedimentos. Na ação, foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além das empresas estatais em Brasília, como a Anac, a ANA e os Correios, foram realizadas buscas no escritório regional da Presidência em São Paulo, cuja então chefe, Rosemary Nóvoa de Noronha, também foi indiciada por fazer parte do grupo criminoso. O advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, também foi indiciado durante a ação.


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