Era uma sexta-feira de dezembro. O avião da TAM subia rumo as nuvens em direção a congonhas São Paulo.Após minhas costumeiras orações fiquei envolto em meus pensamentos e olhando pela pequena janela da aeronave. Costumamos ouvir algumas afirmações quase sempre num sentido não muito positivo e às vezes depreciativas referindo a viver olhando pela janela, como se essas pessoas apenas olhasse a vida passar e alheia quase que totalmente a ela.Esquece-se de que determinados olhares vêem mais longe do que a direção apontada pelos olhos.Vêem muito alem do olhar direcionado ao alvo a frente. As pessoas na sua esmagadora maioria acham que a vida só acontece em determinados lugares. Que viver é estar nas reuniões festivas,em multidões entoando canções, em lugares preferidos pela maioria, em baladas recheadas de movimentos e bebedeiras.Que viver a vida é ficar sempre em movimento repetido por cinco dias atrás de um transloucado trio elétrico em busca de uma alegria efêmera e passageira.
Há algum tempo conheci Da.Anita que ainda jovem fora acometida por um mal perdendo totalmente os movimentos das pernas. Da. Anita ficava quase sempre na janela da sua casa humilde e ali era uma verdadeira procissão de gente a conversar com ela.
Um dia tive a graça e a oportunidade de conversar com ela, fora momentos de grande aprendizado e me emocionei com a grandeza espiritual daquela amável senhora de uma doçura sem fim. Os seus conhecimentos eram imensos relativos à vida, a humanidade, a espiritualidade e um espírito de compaixão e bondade inigualável. Deduzi que quem ficava naquela janela de espaço reduzido e visão limitada eram apenas seus olhos com o seu corpo. Seu espírito e sua inteligência, sempre que podiam fugia do seu cotidiano e viajava para um mundo maravilhoso de luz, esplendor e aprendizado.
Fiquei sabendo que todas aquelas pessoas que a procurava era sempre para se aconselhar, buscar luz para seus problemas e angustias.
Não esqueço de sua afirmação cuidadosa e cuidando de todas as vertentes da afirmação disse –“…aqueles que buscam a felicidade em alegrias efêmeras de momentos fugazes, jamais serão felizes e sempre um eterno descontente, quando não tiver acesso a esses momentos de fabricação de alegrias.Que a felicidade está dentro de cada um de nós e é ai que devemos procurar”-
Para ir à busca e exercer essa procura é preciso paciência, silencio meditações, amor e muita oração. É preciso ter uma janela e não olhar apenas o que passa, o que acontece e sim tentar enxergar muito mais alem.Jamais se ater ao umbral dessa janela visual mas tentar com sapiência abrir a janela que existe no seu ser e no seu coração.
Nelson Rolihlahla Mandela é um importante líder político da África do Sul, que lutou contra o sistema de apartheid no país. Nasceu em 18 de julho de 1918 na cidade de Qunu (África do Sul). Mandela, formado em direito, foi presidente da África do Sul entre os anos de 1994 e 1999.
A SUA LUTA
O apartheid, que significa “vida separada”, era o regime de segregação racial existente na África do Sul, que obrigava os negros a viverem separados. Os brancos controlavam o poder, enquanto o restante da população não gozava de vários direitos políticos, econômicos e sociais.
Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. No ano de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no Congresso Nacional Africano (movimento contra o apartheid). Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.
Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, em 1955, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista.
Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em 21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestantes negros, matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema.
Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como “Lança da Nação”. Passou a buscar ajuda financeira internacional para financiar a luta. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações armadas.
Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Nestes 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo.
Com o aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano). Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.
Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos.
Com o fim do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de várias organizações sociais em prol dos direito humanos. Já recebeu diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento de sua vida de luta pelos direitos sociais.
Algumas frases de Nelson Mandela
– “Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”
– “Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação.”
– “Não há caminho fácil para a Liberdade.”
– “A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre.”
– “A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias.”
– “A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo.”
Dia Internacional de Nelson Mandela
– A partir de 2010, será celebrado em 18 de julho de cada ano o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembléia Geral da ONU e corresponde ao dia de seu nascimento.
Preso em uma ilha na África sul por 26 longos anos, num espaço reduzidíssimo. Olhando uma janela diminuta e com uma forte grade, viveu todo tipo de prisão e cerceamento, mas o seu espírito saiu pelo mundo a buscar ajuda contra o aparteid e o socorro a sua gente. O seu exemplo, o seu caráter e a sua mensagem de liberdade e igualdade ecoou não apenas nos corações africanos mas do mundo.
Mesmo com a mais absoluta das prisões que é cerceamento da liberdade de expressão, a falta de acesso ao mundo que estava do lado de fora dos muros prisionais, venceu e obteve uma resposta positiva e inigualável de todo mundo civilizado.
Nelson não teve os grandes palcos, as grandes multidões, os grandes comícios, mas uma força espiritual sem precedente em busca dos seus sonhos. Naqueles muros perdeu filho, sofreu as mais terríveis humilhações, mas jamais ninguém atingiu o seu caráter e o seu espírito. Ficava por horas olhando para fora da sua janela e quando algum funcionário da prisão ia falar com ele permanecia de costa olhando para aquela janela como a espera da volta do seu espírito libertador que saíra pelo mundo em busca de luz.
6 Respostas para “Olhando pela janela”
Rafael
Conteúdo riquíssimo. Muito bom, excelente!!
Edvaldo Paulo de Araujo
Muito obrigado Sr.Rafael
Genildo Ribas
Que leitura fantástica que acabei de fazer. Parabéns Sr. Edvaldo Paulo.
Edvaldo Paulo de Araujo
Sr.Genildo obrigado!!
Abrahan Davi
ahahahahahahahahahahahahahahahahahaqhahahahahahahahahahahahahahahahahhahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
PAULO PIRES
Caro amigo Edvaldo Paulo de Araújo
A cada dia você se supera em seus escritos (claro que em tudo que faz pela vida).
Esse OLHANDO PELA JANELA é um belo mergulho em percepções de um belo passageiro do tempo. Parabéns e continue assim.
Paulo Pires