Por Jeremias Macário
Depois dessa “muvuca” toda do carnaval baiano das elites e da concentração de renda, mesmo de fora, a gente fica um tanto desorientado. Aqui comigo, queria mesmo saber da conclusão final das investigações do desaparecimento do menino Maicon, em Vitória da Conquista, depois de uma malsucedida operação da polícia militar num bairro da periferia. Três meses estão se completando e nenhuma satisfação concreta foi dada para a sociedade, se bem que ela também não se mobiliza neste sentido. Os pais e familiares sofrem e ainda têm esperança e fé de reencontrá-lo. Melhor mesmo que eles caíssem na real. Fosse filho de um rico poderoso, o caso já teria sido desvendado.
Por que o teste de DNA, feito a partir de um resto de sangue no chão ainda não foi revelado? Será que foi realizado na China, por meio de jangada? Tanto tempo! Isso só faz aumentar a agonia dos pais. Tudo isso só me faz refletir sobre as injustiças sociais e como vivemos num país tão desigual em termos de leis.
Não era minha intenção aqui falar das mazelas deste Brasil, que sempre são jogadas debaixo do tapete. Enquanto isso, o povo vibra no carnaval segregacionista de letras de baixo nível e de trios que arrastam os “pipocas” no asfalto. Do alto dos camarotes de luxo, a ostentação confirma que basta o circo. Não é preciso também o pão como recomendavam os imperadores romanos para acalmar seus súditos.
Por aqui, a vida é assim: nas festas de muito suor, cerveja e empurra-empurra, todos se esquecem da eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado; as corrupções se apagam rapidamente das mentes; estádios “maravilhosos” de futebol são construídos em tempo recorde; e ninguém quer mais saber do cachê de 650 mil reais do show da cantora Ivete Sangalo, para inaugurar um hospital no seco sertão do Ceará, na cidade de Sobral.
Para que falar dessas coisas chatas, se existe crédito fácil nos bancos; temos milhões de carros engarrafados nas ruas, adquiridos com prestações a perde de vista; e ainda temos uma grana para curtir o final de semana?
Pois é, voltando ao carnaval de uma semana de orgias, onde a classe mais alta enche as burras de dinheiro, só queria entender por que em Conquista tudo é fechado durante este período, já que por estas bandas não existe festa? São coisas da nossa Bahia e do nosso país.
Melhor ficar quieto e deixar o tempo passar. Pelo menos vamos rezar e esperar pelo resultado final do menino Maicon, isto se eles quiserem dar uma resposta. Como dizia Martin Luther King, o mais grave em tudo isso é o silêncio dos bons, nem tanto os malfeitos dos maus.
2 Respostas para “Queria saber”
Petista
Hipócrita “sociedade”,não interessa pelo filho de pobre?!.Fosse um cachorro, uma tartaruga ou até mesmo uma cascavél.Muito, fariam protestos pela cidade e em frente á delegacia!!!. O POVO É DOIDO E A FAMÍLIA NÃO SABE!.Espero ver postado este comentário democrático.Neste blog, também, democrático.
RICARDO
CARO JEREMIAS.NO SEU PRIMEIRO ARTIGO SOBRE O MENINO MAICON ENVIEI COMENTÁRIO ME JUNTANDO A VOCÊ.FAÇO-ME PRESENTE NOVAMENTE JUNTANDO-ME A ESSE CLAMOR QUE É FEITO AS AUTORIDADES PARA UMA SOLUÇÃO URGENTE.A FAMÍLIA E A SOCIEDADE MERECEM RESPEITO.