Foto: Blog do Anderson
“Elomar, o filósofo da Caatinga”. Com estas palavras, Leonardo Boff definiu o compositor Elomar Figueira Mello, quando esteve em sua casa em Vitória da Conquista há dois dias. A Conversa durou mais de 3 horas. Conversaram sobre muitos temas que circundam o universo de ambos, dentre outros, a renúncia do Papa Bento XVI. Leonardo ouviu atentamente e dialogou sobre as ideias e argumentos de Elomar defendidos no ensaio ” A Era dos Grandes Equívocos”, onde Elomar discute principalmente a desconstrução, o empobrecimento e os equívocos do Séc. XX (publicação impressa a ser lançada, em fase de revisão). No final do histórico encontro filosófico, mesmo se recuperando de uma gripe, Elomar não conseguiu escapar do pedido de Leonardo Boff e de sua companheira Márcia Maria. Pegou o violão e cantou a “Cantiga de Amigo”. Leonardo e Márcia fizeram coro. Externaram com o entusiasmo de “fãs” a alegria de conhecer Elomar pessoalmente, já que em outras duas ou três vezes que estiveram em Conquista, não conseguiram. “Quando ouvimos a sua música, Elomar, sentimos mais perto de Deus”. Palavras de Márcia Espirituoso, como sempre, Elomar se dirigiu ao casal e disse “se vocês não tivessem que voltar de avião, levariam um cancioneiro meu, mas, como é muito pesado, podem pagar excesso…” Nem bem concluiu a frase, Márcia com gesto de criança, quase que tomou o presente das mãos de Elomar. O Teólogo e escritor Leonardo Boff é autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos. “Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (…) Leonardo Boff.
(Rossane Nascimento)
5 Respostas para “Leonardo Boff : “Elomar, o filósofo da Caatinga””
Eduardo Abranttes
Muito bom este texto de Leonardo Boff. Só vem traduzir mais, o meu respeito pela sua coerência, numa contemporaneidade tão incoerente, tão distante de realidades verdadeiras. Quanto ao comentário sobre Elomar, é perfeitamente correto. Eu, na minha pequenez, já tinha esse pensamento sobre o mestre da caatinga: filósofo da caatinga, dos sertões. Estive com ele, em Conquista, na casa da cidade, e na antiga casa dos carneiros, em dezembro de 1985. Saí de Recife, para conhecê-lo. Havia ouvido Peão na Amarração, em 1980, com o saudoso menestrel Dércio Marques, e me apaixonei pela música e pelo estilo refinado de composição de Elomar. Foi uma ótima experiência, que me marcou na música e na vida. Conhecí João Omar novinho, lá pelos 16 anos, levando pressão de Elomar, para estudar as peças e deixá-las nos trinques. No mais, salve pessoas como Leonardo Boff. Salve Elomar e sua irretocável música. Grande abraço, Anderson. Sucesso.
PAULO PIRES
Elomar tem uma trajetória de vida parecida com a do grande poeta Virgílio.
Seus primeiros momentos de homem foram espaços vitais onde procurou fazer um ato de contrição com os salmistas e os primeiros patricarcas.
Depois disso, entrou na fase de construção de duas obras: A arquitetônica pra os homens e a poético-musical para Deus.
Se deu bem nos dois desideratos. Embora tenha sido na obra que fez para Deus que os homens puderam mergulhar no lado divino da música desse homem de arte que ora é um Jogral, ora menestrel, ora segrel e às vezes trovador.
Virgílio foi num crescendo, crescendo até chegar ao status de Pai do Ocidente, conforme expressão de Dante Alighiere.
Elomar vai assim. Cada um que o conhece sabe que ele está além de si próprio. Não é apenas um produtor de belas obras primas musicais. Há algo a mais nesse poeta, nesse filósofo.
O encontro com o “pastor” Boff deve (ou deveria) ter sido gravado. Trata-se de uma intercessão de dois dos últimos grandes homens do século XX, ensinando e espalhando o Bem na segunda década do século XXI. Isso é um momemnto raro.
A ambos, Boff e Elomar, cordial abraço de um crente e que tudo que ensinaram possam ser concebidos e partilhados com as pessoas de Bem neste mundo tão controvertido.
Paulo Pires
John
Elomar e suas frases. D. Marcia deve ter ficado feliz demais com o cancioneiro do “Príncipe e Filósofo da Caatinga”.
Fábio Torres Costa
Esta matéria deve ser compartilhada par o maior numero possível via facebook. A nova geração tão perdida em meio a letras pobres, sem fundamentação, precisa conhecer pensamentos tão nobres. E sentir que a vida vale a pena.
Fábio Torres Costa
Em tempo ! Leiam o livro “O despertar da águia” de Leonardo Boff