Mostra sua cara

Jeremias Macário

Nem ao menos saímos de uma campanha eleitoral municipal, já estamos com outra nas ruas e praças, agora a presidencial, embora a economia do país dê sinais de cambaleio com seu “pibinho”, por falta de um plano estratégico rumo ao seu crescimento. Como num final de carnaval, os blocos já começaram a vender seus abadás, com a cara da Copa do Mundo de 2014.  Na Bahia, os candidatos a governador pelo PT já estão a postos em suas campanhas, mas o Partido Socialista Brasileiro (PSB), do saudoso Otávio Mangabeira, e um dos aliados mais tradicionais, ainda não mostrou sua cara. Como sempre, fica calado, como recentemente comentou num jornal da capital o escritor Antônio Risério.

  Segundo o articulista, o PSB na Bahia ainda não se mostrou como alternativa de poder, “não firmou sua independência”. Diria que de um modo geral, inclusive local, o partido precisa apresentar projetos e propostas nacionais estruturantes de mudanças nos diversos setores da vida da nação.

  Nas eleições passadas, o PSB foi um dos partidos que mais cresceu no Brasil (elegeu 450 prefeitos em 2012), mas não se tem visto isso nas mesmas proporções em termos de críticas e tamanho de representação na esfera federal (ainda tem ficado de fora dos debates políticos).

   Somente agora, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, começaram a dar suas estocadas, afirmando que falta um planejamento estratégico às medidas do governo federal, como bem assinalou Antônio Risério.

  No Estado, de acordo com ele, “o PSB não tem sido mais do que um puxadinho do Palácio de Ondina”. Lá, o PT vai completar oito anos no poder. Em Vitória da Conquista, estamos na casa dos 15 rumos aos 19 anos ao término de 2016, quando estão previstas novas eleições municipais.

  Tanto na Bahia como aqui, já passou do tempo do partido mostrar sua cara de independência junto à comunidade, com propostas de reformas socialistas na política, na economia, na educação e na saúde, principalmente. O partido tem que ser uma alternativa em que o eleitor possa acreditar, e não apenas fazer o papel coadjuvante, com sua face desfigurada.

  Sei que tenho sido muito criticado e alijado por causa das minhas posições de enfrentamento. Como tantos outros, talvez uma minoria, seja visto hoje como fora do contexto, que um dia era tido como normal, mas que passou a ser anormal. No sistema atual, normal hoje é fazer parte desse agrupamento corporativista e fisiológico.

  Só para finalizar, como ficaram furiosos os magistrados quando o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, colocou o dedo nos seus privilégios e criticou suas mentalidades exclusivistas de justiça.

   A Câmara fez uma maquiagem, cortando o 14º e o 15º salários, mas deixando que os deputados ainda recebam os benefícios no início e no fim de seus mandatos. As outras farras e as benesses com o nosso dinheiro continuam. Para enganar, as “reformas” são pontuais. De uma hora para outra, o presidente do Senado, Renan Calheiros, vira professor de ética.


Uma Resposta para “Mostra sua cara”

  1. RGS

    Graças a Deus e aos normais – Nem tudo está perdido na política brasileira.

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