Senhoras e senhores sejam bem-vindos!

Carla Andrade

No dia em que o mundo pára a fim de acompanhar a posse do Papa, tecemos algumas considerações acerca do Cerimonial. Como vimos no artigo anterior o cerimonial público é uma atividade regulamentada por meio do decreto nº 70.274/72 para compor as solenidades oficiais. Mas a palavra tornou-se coloquial, no entanto a sua origem é primitiva, e deriva dos ritos religiosos e antropológicos. Ao pesquisarmos em livros de história poderemos visualizar como eram executadas solenidades na Grécia, Roma, Egito, e na própria Bíblia temos exemplos de experiências, como a cerimônia de lavar os pés, originária do ato de cordialidade ao receber hóspedes em casa, traduzida para a igreja católica nas celebrações de páscoa.  Assim, é impossível falarmos de Cerimonial Público sem relacioná-lo aos adventos das novas tecnologias, pois todo bom profissional precisa envolver-se de forma satisfatória, para o cliente e para si próprio, com os recursos que possibilitem desenvolver um trabalho de qualidade. E como Cerimonial Público é regulamentado podemos dizer que ele muito se difere da organização de eventos sociais, já que não existem fórmulas mágicas para executá-lo, é quase imutável, no entanto se aprimora e precisa ser executado com responsabilidade, sensibilidade e maestria. O que vai diferenciar a sua execução é o cerimonialista responsável.

Embora não conste na Classificação Brasileira de Ocupações, gerada pelo Ministério do Trabalho, uma definição para a função de cerimonialista ou mestre de cerimônia, e sim de organizador e apresentador de eventos, a atividade cresceu nos últimos anos, prova disso é a recente criação do Sindicato dos Mestres de Cerimônia e Cerimonialistas do Brasil, reforçando o que já vem sendo feito pelo Comitê Nacional do Cerimonial Público, com quase 20 anos de existência.

E para encerrar, mais uma situação inusitada vivida pelo colega Ricardo Carllini

Tropa de elite

Solenidade dentro de um dos maiores quartéis da Polícia Militar de Minas Gerais, no bairro de Santa Tereza, na capital. Oficiais aflitos aguardavam a chegada do comandante-geral, a mais alta autoridade presente. Já perfilados, uma dezena deles, na precedência de suas patentes e cargos dentro da PM. Quando o carro se aproximou, todos entraram em posição de sentido e o primeiro da fila já com a mão direita à cabeça em posição de continência. A porta traseira do carro é aberta e o comandante, contra a expectativa de todos, correu para cumprimentar a cerimonialista que recebia as autoridades. Com beijinho e tudo. Só depois seguiu para os seus oficiais.

Perguntado sobre a atitude, o comandante respondeu: “é minha conterrânea, lá de Lavras. Fiquei muito feliz de vê-la aqui”. Palavra do comando.

Agradecemos a presença de todos. Até o próximo artigo!


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