A Copa e a Bahia

A Copa do Mundo representa uma grande oportunidade para melhorar significativamente o futebol da Bahia e a vida dos baianos. 

Ednaldo Rodrigues

A preparação para a Copa do Mundo envolve uma série de investimentos em projetos de infraestrutura, edificações e obras, formação de capital humano, aquisição de bens de capital, mídia e publicidade. Estima-se em R$15 bilhões o investimento total nas cidades-sede e Salvador receberá cerca de R$ 2 bilhões, boa parte do governo e o restante bancado pelo setor privado e instituições associadas à Copa do Mundo. Além de grandes melhorias na infraestrutura esportiva e de mobilidade urbana, espera-se um crescimento de até 79% no fluxo turístico internacional para o Brasil em 2014, com impactos, possivelmente, até superiores nos anos subsequentes. No período 2010-2014, esse número deve chegar a um total de até 2,98 milhões de visitantes adicionais.

A Bahia, como um dos principais e mais bem estruturados destinos do turismo nacional, deve se aproveitar bastante disso, já que o fluxo turístico traz consigo uma entrada significativa de divisas, notoriamente direcionadas para os setores de hotelaria, transporte, comunicações, cultura, lazer e comércio varejista. Segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o fluxo turístico induzido direta e indiretamente pela Copa do Mundo será responsável por receitas adicionais de até R$5,94 bilhões para as empresas brasileiras.

E não só na economia há impactos positivos. O futebol da Bahia agora conta com equipamentos em qualidade e quantidade. Fonte Nova, Pituaçu e Barradão se beneficiaram com a perspectiva da Copa e tiveram melhorias significativas para oferecer ao torcedor baiano a oportunidade de acompanhar seu clube com mais conforto e segurança. É o esporte servindo de instrumento para o desenvolvimento humano, social e econômico.

Todavia, nem com todo esse investimento o povo poderá participar da Copa se não houver eventos adicionais capazes de propiciar entretenimento de qualidade em pontos estratégicos das cidades. A Copa tem 3,5 milhões de ingressos para o mundo todo e 200 milhões de brasileiros apaixonados por futebol querendo celebrar esse momento mágico do Brasil. Essa valorização dos eventos de exibição pública no esporte é recente, mas já dá sinais de que veio para ficar. Na Alemanha, houve 3 milhões de pessoas nos estádios e 18 milhões nos Fan Fests. Na Eurocopa 2012, 8 milhões de pessoas assistiram aos jogos nas Fan Zones e 1,4 milhão nos estádios. O Brasil, o país do Carnaval e do Futebol, tem vocação para quebrar todos esses recordes, inaugurando uma nova fase do futebol brasileiro.

A Federação Bahiana de Futebol, que completa 100 anos em 14 de setembro vindouro, comemora portanto com a inauguração da Arena Fonte Nova, a rivalidade entre Bahia e Vitória de volta à primeira divisão do futebol nacional, a consolidação da Copa do Nordeste no calendário regional, um alinhamento deste formato inovador do Campeonato Estadual, que otimiza as atividades dos clubes e permite que se preparem melhor para todas as competições que disputam, e a certeza que o melhor ainda está por vir.

* Ednaldo Rodrigues Gomes é presidente da Federação Bahiana de Futebol


Uma Resposta para “A Copa e a Bahia”

  1. RGS(PESQUISADOR)

    É uma excelente expectativa.Apesar das consequências da crise econômica em boa parte do mundo.Veremos!.

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