Por não ter mais palavras de gratidão…

Maris Stella Schiavo Novaes

Para tudo! Chega de bancar a forte, aqui! Vou sentir muita saudade de tudo isso. Foi uma gestão curta, sim! E muitos dias e meses foram conduzidos em momentos de intenso sofrimento por estar exposta lado a lado com o convívio diário de pessoas tristes, ressentidas e recalcitrantes ao novo, ao vivo.  Para mim, incompreensível postura para quem passa por “ofício”, a maior parte de seu dia dentro de um espaço cultural. Lugar essencialmente de vida, cor, sons, movimentos e expressões humanas muito mais variadas. Mas, minhas opiniões pessoais, de fato, não importavam. E sim, que ingerências administrativas contra toda e qualquer norma, emperravam todo o processo. Durma-se com um barulho desses… E contornar descaso e má vontade requeria intervenções artísticas, criatividade e gente de boa vontade. 

Nessa lacuna, chegam os voluntários, que somados ao grupo de alguns dedicados servidores, a trancos e barrancos nos ajudava a tentar cumprir o castigo de Sisífo.  Desses servidores, seguiam deliciosas compensações, que me enchiam de motivação para voltar no outro dia e recomeçar toda colorida de esperança, por que só o verde, era pouco. Funcionários, idosos, cansados pelo peso dos anos, quando possível pelas limitações físicas que enfrentavam, tudo faziam para atender ao funcionamento da casa e colaborar com o nosso projeto de gestão, sempre grata, Fillis Menezes, João Alberto David e o prestimoso “Sêo” Zezinho. Como esquecer das boas fadas dos serviços gerais, Eliete, Sirleide, Lau e Janete, sempre tão atenciosas e carinhosas comigo, vou sentir falta até do meu cafezinho da tarde. E ainda, os incansáveis e novatos, Léo “topa tudo” e Doug Web, junto com os “cansados”, Thiago (Risadinha) e “Sêo” Zé da manutenção e serviços pesados. Do grupo de vigilantes, Carlito Lisboa, foi bem mais que o executor responsável de suas funções, pois, é um ser humano admirável, consegue ser quase uma unanimidade, sempre disposto a todo auxílio, carinho, cuidado, boas prosas e crônicas culturais, para toda e qualquer pessoa. Vou buscar, meu amigo, lembrar de seus sábios conselhos e tentar exercitar o bom senso. Boas memórias dos novos vigilantes e vigilantas.

Aos muitos grupos de ensaio e residência trimestral, peço: continuem atuantes e mantendo vivo esse nosso Centro de Cultura. Ocupem todos os espaços e horários. Continuem “sobrecarregando” de demandas as agendas e fazendo funcionário público trabalhar. isso é bom! Sacode a poeria do comodismo de servidores públicos que se colam às suas cadeiras e ferrenhas convicções de apego e posse. Ao porteiro Batista e à bilheteira Mariana, sempre grata a vocês pelo respeito e consideração com que sempre me trataram e acataram minha posição. Por fim, ao Gilvan, nos tantos altos e baixos em que se constituiu nossa rápida relação hierárquica, entre soma e subtração, o resultado é o empate.

Importante registrar por fim, nesta nota a presença de ativistas e voluntários que comigo estiveram construindo esta gestão sem eles esse reconhecimento público não seria possível. Portanto, mais diretamente, Danillo, Jesiel e Diego, palavras nunca serão suficientes para expressar minha dívida moral com vocês. Evandro, Doug, irmão, amigo, doido, oscilou entre funcionário (não remunerado até hoje…) e voluntário. Mas, em nada se diferencia a alegria, a coragem, a devoção e lealdade de sempre no cumprimento de todo e qualquer trabalho. Aos demais colaboradores esporadicamente voluntários, também foram preciosos: Marco Schiavo, meu filhote amado, Arisson, Joice, Marco Branco, Mariana Macedo, Anderson Motta, os meninos e meninas da Barra do Choça… Perdoem aqueles não citados, mas, que sem dúvida fizeram a diferença positiva no sucesso da gestão!

A vida segue seu curso e essas serão mais páginas acumuladas no livro de minha existência!
Volto para os abraços do meu amor, Neto Novaes, meu parceiro, amigo, companheiro, braço direito e esquerdo. Minha vida!


4 Respostas para “Por não ter mais palavras de gratidão…”

  1. leidiane

    um dos maiores artistas da nossa cidade merecia. o reconhecimento de ser velado ali, era apenas uma ultima homenagem porque virou isso..lamentavel

  2. Rosalvo Junior

    O Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima é mais dos artistas de fora do que dos daqui da cidade e região. Aí, quando um ou outro morre, aparece a mesma e surrada demagogia de sempre: Velório nas suas dependências!
    Lembro até desse nobre espaço cultural, em outras épocas, ter sido utilizado para pomposas semanas espíritas, encontros e convenções de partidos políticos, além, é claro, dos corriqueiros festejos natalícios de alguns apaniguados das suas direções… Vamos melhorar isso?
    O que pode, pode; o que não pode, Véio, tchau e bênção!
    Vamos velar defunto lá na Capelinha do São Vicente!!!

  3. Sabrina

    Acredito que toda luta e manifestação é válida seja lá qual for a sua causa,cada um que defenda a sua.
    Só uma ressalva ao comentário acima,”pomposas semanas espíritas”.Acho que você foi a uma dessas pomposas em outra vida,porque de pomposo as semanas espiíritas nunca foram.
    E após a gestão do centro de cultura ter sido passada para a UESB a realização do evento foi vetada.A semana espírita é aberta ao público independente da crença,gratuita e é um espaço de aprendizado também.A semana espírita saiu do centro de cultura,por respeitar uma decisão e sobreviveu.
    O que temos na situação atual é uma “briga” política,só não enxerga quem não quer.
    Vamos deixar nossas opiniões sem precisar agredir ninguém,respeitando e falando aquilo que de fato temos propriedade.

  4. Rosalvo Junior

    Por quê os corpos de Lilita, Chico Leva-eu, Dona Rosa Bigode, Cabeção, Meladin, Dona Dió do Acarajé, Arrôcho da Riculuta, Dona Lôsa, Luizão, dentre outras figuras ilustres da sociedade popular da nossa querida Terra das Rosas não puderam ser velados em espaço de tal gabarito? Alguns até que mereciam, não?
    Desculpem o tenro engano: Se tais eventos exequiais por lá tivessem acontecido, aliás, onde Pedral e Divaldo Franco iriam arrotar as suas manjadas verdades absolutas?
    Segue o enterro…

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