“Não vou morrer tão cedo”, diz Oscar Schmidt

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Fotos: UOL Esportes

O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, 55, disse nesta sexta-feira (31) que está curado do câncer no cérebro e garantiu que não vai desistir de lutar após passar no mês passado por uma nova cirurgia para a retirada de um tumor no cérebro. “Esse tumor pegou o cara errado mesmo, não vou deixar [o câncer] me matar. Se eu morrer, é porque me pegou desprevenido. Não vou morrer tão cedo”, disse Oscar.  O ex-jogador da seleção conta que está sendo tratado com radioterapia de segunda a sexta-feira e que vai precisar de 30 sessões no total para concluir o tratamento. Ele também passará por quimioterapia, por meio de comprimidos ministrados diariamente. “Neste momento eu estou curado, já venci e ele [o câncer] não vai voltar”, afirmou Oscar. 

Em maio de 2011, o “Mão Santa” – apelido que traz desde os tempos de atleta – já havia retirado um nódulo esférico de 7 cm da cabeça, no início da luta contra o câncer. A cirurgia do mês passado obrigou Oscar a cancelar duas palestras. Ele informou que deve participar de outra atividade no dia 10 de junho.  “Vou continuar fazendo palestras, viajando pelo Brasil e para os Estados Unidos. Até mandei fazer um terno na Inglaterra e sapato para a cerimônia do hall da fama”, disse. Ele será homenageado pela Fiba (Federação Internacional de Basquete) no mês de setembro.

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Sobre sua recuperação, Oscar fez um paralelo com os Jogos Pan-americanos de 1987, nos Estados Unidos, quando a seleção brasileira derrotou os anfitriões e ficou com a medalha de ouro. “O Pan vai servir de motivação também. Todo mundo estava desacreditado na seleção.”  Oscar citou apenas um arrependimento na carreira, em uma partida nos Jogos de Seul-1988. “A única coisa que me arrependo é de não ter tentado um tiro de três pontos do meio da quadra no jogo contra a Rússia, em 1988. Isso podia ter nos levado para [a disputa do] título olímpico.” Folhapress.


Uma Resposta para ““Não vou morrer tão cedo”, diz Oscar Schmidt”

  1. Paula Cristina Barbosa Fernandes

    Admiro muito o Oscar e me emociono ao ver sua luta cheia de bom humor e esperança, torço de coração para que ele fique bem… mas seria hipocrisia de minha parte esperar o mesmo bom humor dos que esperam na fila do SUS, querer a mesma esperança dos que ainda nem sequer conseguiram marcar sua radioterapia… O SUS nem ao menos autorizaria essa segunda cirurgia que ele fez e se autorizasse ele teria que aguardar em torno de 40 dias ( com muita sorte ) e provavelmente seu tumor já estaria bem maior e o deixaria com graves sequelas… e daí ele aguardaria aproximadamente mais 90 dias para começar a radio e teria que dar um duro danado para conseguir os comprimidos de Temodal… fico aqui pensando se ele conseguiria manter o mesmo sorriso e o mesmo olhar repleto de alegria e esperança. Não é fácil manter a fé, o bom humor e o desejo de viver numa fila interminável de exames, consultas e retornos… não é fácil manter o sorriso com dores e com medo… Admiro sim o Oscar, de coração que desejo que ele consiga, mas guerreiro pra mim é meu pai que acorda as 3 horas da manhã pra ir pra outra cidade buscar sua cura, que passa a semana vivendo em uma casa de apoio longe da família, que aguarda com resignação seus exames e suas consultas… que fica o dia todo na fila da radioterapia, que sai da consulta as 11 da manhã e chega em casa as 8 da noite com uma sacola de comprimidos e um sorriso no rosto. Guerreiros pra mim são as pessoas que estão agora na mesma sala de espera que minha mãe ficou tantas vezes, com uma senha de número 560 na mão, um saquinho para vomitar na outra e procurando uma cadeira escondida do frio para esperar… Guerreiros pra mim são as pessoas do povão, que não conseguem paga convênio médico, que não tem dinheiro pra médicos particulares, que são obrigadas a se submeter a desumanidade do SUS e que ainda assim carregam a marca da fé nos olhos lacrimejantes e no sorriso cansado… Não deveria ser assim, não deveria existir diferença quando se trata de saúde e de vida… todos querem apenas sobreviver quando se trata de câncer… já é bem difícil viver com a faca no pescoço, com a espera de cada novo exame, com o medo constante… no mínimo o que deveriam receber seria um tratamento humano, um tratamento digno, médicos com bondade no coração… mas se não tivesse tudo isso a maioria já ficaria bem feliz em ser atendido e em ter garantido seu direito de cidadão… Guerreiros são aqueles que trabalharam a vida inteira pagando com o suor do rosto seus impostos e que agora não tem direito a mais nada… para esses o que resta é a fé e já é um milagre que consigam continuar acreditando em Deus… seria muito pedir a eles o mesmo bom humor dos que por injustiça do mundo possuem privilégios que eles jamais saberão o que significa… Eu peço sim a Deus por todos que lutam contra o câncer, mas meu coração parte ao meio quando penso nos que agora estão vivendo a tristeza do abandono e o desespero da espera pelo tratamento, que em muitos casos, como no da minha mãe, chegam tarde demais. O preço a se pagar é alto demais para manter o bom humor… Eu sinceramente digo que perdi o meu quando abracei minha mãe sem vida e é triste dizer que ela também perdeu o dela enquanto esperava na cama daquele hospital… Rezo sim pelo Oscar mas rezo mais pelo meu pai e pelos que como ele não possuem o dinheiro suficiente para comprar o que deveria por direito ser de graça… Que Deus tenha piedade dos que como nós somos apenas mais um número, apenas mais um a esperar… E se não pudermos receber o que é nosso de direito eu peço a Deus que ajude a não perdermos nossa fé e nossa esperança em um mundo melhor, mais justo e com mais amor… Paula Cristina Barbosa Fernandes – Arujá – SP

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