A morada da sexta felicidade

Jorge Maia

Eu era menino, e não faz muito tempo, quando assisti no velho Cine Ritz, situado na Praça Barão do Rio Branco, ao filme: A Morada da Sexta felicidade Lançamento de 1958, certamente exibido aqui logo depois de 1960. Durante mais de trinta anos busquei rever aquele filme, sem contudo encontra-lo em locadoras e sites de vendas de VHS ou DVDs. Finalmente, alguém conseguiu uma cópia pirata, coisa condenável, pois, não assisto a filmes de cópias piratas. Confesso que enquanto via o filme imaginava ser denunciado por Mário Medeiros, do Ministério Público Federal, não sei se como receptador, ou outra figura penal. O certo é que devolvi o DVD o mais depressa que pude, apagando todos os sinais do delito.

É claro que eu teria como defesa o estado de necessidade cultural, uma vez que não havia cópias legais vendidas no país. Mas, achei melhor não confiar e me contentei em rever o filme, apesar do sobressalto, devolvendo o “DVD” de modo rápido e eficaz. O filme trata da vida de uma missionária inglesa que desejava pregar o cristianismo na China. Sua luta inicial foi conseguir o visto para entrar na China e a autorização do governo inglês para sair para aquele país. O filme, baseado na vida de Gladys Aylward, representada por Ingrid Bergman, em todo o seu esplendor.

Lá chegando, encontra velha missionária inglesa com quem passa a trabalhar. Claro que não é fácil falar de Cristo para aquela cultura. Há momentos engraçados, quando um chinês tenta passar para os outros o seu conhecimento sobre o cristianismo, misturando nomes e situações do mundo bíblico. A nova missionária, Gladys Aylward, ajuda na construção de um pousada onde receberiam viajantes, comerciantes, que poderíamos chamar de tropeiros, e pregariam a mensagem Cristã. Concluída a obra da pousada, a missionária foi surpreendida com a placa que denominava a pousada com o nome: A morada da sexta felicidade. Curiosa, perguntou à outra o que aquilo significava, ao que respondeu: Para a filosofia chinesa existem seis felicidades; riqueza, longevidade, saúde, virtude, morte tranquila na velhice. A sexta felicidade, bem, cada um escolhe qual deverá ser a sua, aí será a sua morada da felicidade.

Eu me lembro de que existia uma publicação de uma fotonovela, a maioria não sabe o que é isso, Sétimo Céu, que era lida pelas mulheres adultas da família e quando alguém estava feliz dizia que estava no sétimo céu . Penso que no mundo ocidental o sétimo céu pode ser traduzido como a realização das seis felicidades chinesas. O filme já pode ser encontrado em cópia legal.

Jorge Maia. 01 de junho de 2013.