Mais de 18 anos após as primeiras denúncias e investigações, o ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) foi condenado nesta quinta-feira (13) a sete anos de prisão por sua responsabilidade no contrabando de armas para Croácia e Equador, entre 1991 e 1995. Menem, durante uma década o homem mais poderoso da política argentina e um dos chefes de Estado mais importantes da região, transformou-se no primeiro presidente eleito após a redemocratização do país a ser condenado pela Justiça. A histórica sentença anunciada pelo Tribunal Oral em matéria Penal Econômica N° 3, que incluiu a condenação de outras 16 pessoas (entre elas o ex-ministro da Defesa, Oscar Camilión), porém, ainda não poderá ser aplicada no caso do ex-presidente, reeleito senador pela província de La Rioja em outubro de 2011, como aliado do governo Cristina Kirchner. Antes, o Senado, casa na qual o kirchnerismo tem maioria (entre próprios e aliados), deverá votar o pedido de suspensão de imunidade parlamentar de Menem, já apresentado pela Justiça. Paralelamente, a provável apelação do ex-presidente deixará em mãos da Corte Suprema a decisão de ratificar, ou não, sua condenação.
(Janaína Figueiredo, O Globo)