Pedral terá mandato restituído

Foto: Blog do Anderson
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O ex-prefeito de Vitória da Conquista, José Fernandes Pedral Sampaio, figura emblemática da história política baiana, poderá integrar uma grande lista de políticos brasileiros cujos mandatos cassados pelo regime militar foram simbolicamente devolvidos graças à intervenção da Comissão da Verdade. Além dele, o ex-vereador Péricles Gusmão,  que foi preso e torturado e que morreu nas dependências do 9º Batalhão da Polícia Militar, deverá ter seu mandato restituído. Ao menos é o que propôs o vereador Florisvaldo Bittencourt (PT) à Comissão Especial da Verdade, que deverá estar em Vitória da Conquista no próximo mês de setembro atendendo a solicitação do vereador petista. Eleito em 1962, Pedral foi preso, cassado e teve seus direitos políticos cerceados pelos militares, que mergulharam o país num regime de exceção por mais de duas décadas. Vitória da Conquista mantinha então posições estratégico-políticas no executivo e no legislativo vinculadas às propostas do governo João Goulart, conhecido popularmente como Jango. Daí porque o alto comando militar enviou à cidade um contingente comandado pelo capitão Antônio Bendochi Alves Filho. A tropa se instalou nas dependências do 9º Batalhão da Polícia Militar e imediatamente passa a efetuar prisões de diversas pessoas, inclusive do prefeito municipal e de alguns vereadores. A Polícia Militar toma conta das ruas de Vitória da Conquista, onde passa a vigorar um clima de guerra e terror. As alamedas da cidade são ocupadas por tropas fortemente armadas. Isso porque Vitória da Conquista tem um prefeito ligado à sigla PSD, com características similares às de João Goulart, como políticas de reformas de base, e vereadores que acompanham a posição do prefeito, José Pedral Sampaio. No dia 6 de maio de 1964, em sessão presidida por Orlando Leite, a Câmara Municipal vota e aprova o Projeto de Resolução 62/64. A matéria impedia o então prefeito municipal, José Fernandes Pedral Sampaio, de continuar desempenhando suas funções. O presidente da Câmara de Vereadores assume então a condição de chefe do executivo municipal e o já então ex-prefeito passa a responder o inquérito que culminaria na cassação de seus direitos políticos por dez anos.


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