Com o valor do dólar à vista fechando com o maior preço registrado desde 10 de março de 2009, economistas prevem que a moeda chegue a custar até R$ 2,70 até o final deste ano. De acordo com a Folha de São Paulo, apesar do Banco Central ter atuado para conter as cotações do dólar, negociando US$ 1,98 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro, a moeda ainda fechou em alta de 1,14% na quinta-feira (16), custando R$ 2,339. Até o momento, a moeda acumula alta no Brasil de 14,4% no ano. Mercado aposta que os Estados Unidos devem começar a reduzir os estímulos econômicos, a corrida pela compra de dólares aumentou recentemente.
Com a redução das ações para injetar recursos na economia americana e a perspectiva de menos dólares no mercado brasileiro, a tendência é que o valor da moeda aumente cada vez mais. Investidores também acreditam que o país deverá encerrar a compra de títulos do Tesouro americano, aumento o juro dos EUA, que hoje é quase zero.
Outro indício de que o corte dos incentivos aconteceria em breve foi a queda do número de americanos que deram entrada com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, atingindo o menor nível em quase seis anos.
A tendência de alta do dólar é internacional e deve continuar mesmo que o BC injete dinheiro no mercado local, afirmou para a Folha o economista-chefe da consultoria Lopes Filho, Julio Hegedus. Ele prevê que o preço da moeda fique acima de R$ 2,50 em dezembro. O professor da FIA, Ricardo Rocha, também aposta no aumento, e acredita que o dólar pode chegar a custar até R$ 2,70 no fim do ano. O gerente de câmbio da Treviso Corretora que a alta da moeda também seria favorecia pelo mau desempenho das exportações.
Já o presidente do Fed, Banco Central americano, James Bullard, disse que a autoridade monetária ainda aguarda mais evidências de que o mercado americano esteja aquecendo novamente.