Deve haver alguma coisa que ainda te emocione

Marcos Andrade

Humberto Gessinger promoveu um Show antológico este ano no Festival. Foi emocionante ouvir musicas que marcaram minha juventude, pois sempre fui fã dos Engenheiros do Hawaii. Humberto conduziu a platéia a uma exuberante apresentação musical, inicialmente com os acordes vigorosos de guitarra produzindo o velho e bom Rock n’ Roll, mas aos poucos o músico mostrou uma grande versatilidade também na gaita, baixo, teclado e outros mimos eletrônicos, impressionando pela sua musicalidade latente. A primeira vez que assisti a um Show de Humberto foi em 1990, ainda nos Engenheiros, naquela noite fiquei um pouco frustrado pela frieza do cantor com o público, apesar de adorar ouvir os seus sucessos ao vivo. Desta vez Humberto estava falante e o público respondia cantando suas músicas sem desafinar, mas quando o artista trouxe ao palco o acordeom, acompanhado por músicos munidos de zabumba e violão (substituindo a guitarra e bateria tradicionais), vi uma espetacular interação do público com o artista e o profundo respeito deste, com a regionalidade nordestina, ao tocar canções antológicas no ritmo do sertão, dando até pra dançar agarradinho, quase insinuando um forró. Parecia que o show tinha sido feito sob medida para um público sertanejo que adora o pop rock.  Foi uma bela apresentação musical de Humberto unindo o legítimo Rock n´Roll que não nega suas origens, letra consistente, permeadas por acordes cuidadosos e bem elaborados. Felizmente, a boa música ainda emociona!